
Em meio às comemorações dos 110 anos de fundação das Filhas de São Paulo e da recente eleição da nova superiora geral, o Papa recebeu em audiência 58 Paulinas que participam do Capítulo Geral na cidade italiana de Ariccia. Leão XIV enalteceu o serviço precioso oferecido ao mundo e à Igreja com a produção editorial e digital, em projetos de rádio, TV e animação bíblica, e também encorajou as Paulinas à renovação, mesmo com escolhas exigentes, guiadas pelo Espírito para escutar a humanidade.
Andressa Collet – Vatican News
Entre as atividades do 12° Capítulo Geral, que começou no início de setembro, e o Jubileu da Vida Consagrada, que inicia em 8 de outubro, o Papa Leão XIV recebeu na manhã desta quinta-feira (02/10) um grupo de 58 Filhas de São Paulo na Sala do Consistório, no Vaticano. A audiência com o Pontífice aconteceu numa semana importante para as Paulinas, que acabaram de eleger a nova superiora geral na cidade italiana de Ariccia, onde as religiosas ficam até 7 de outubro: a Irmã Mari Lucia Kim, natural da Coreia do Sul, foi eleita nesta quarta-feira (01/10).
Em discurso, o Papa parabenizou a nova superior geral e também recordou que o momento é de celebração dos 110 anos de fundação do instituto que consegue reunir representantes dos cinco continentes, expressando “a universalidade da Igreja”, já que a missão é difundida em 52 países do mundo “a partir das intuições proféticas do fundador, o beato Giacomo Alberione, implementadas de forma intrépida pela cofundadora, a venerável Tecla Merlo”. Um apostolado, continuou o Pontífice, dedicado a difundir o Evagelho por diferentes instrumentos e linguagens que “precisa ser renovado e revigorado, para que a paixão evangélica que as anima possa encontrar a melhor expressão”.
O tema escolhido para o 12° Capítulo Geral, “Impulsionadas pelo Espírito, à escuta da humanidade de hoje, comunicamos o Evangelho da esperança”, disse Leão XIV, confirma que o anúncio do Evangelho “permanece no centro da missão”. O Papa indicou, então, a necessidade de se “entrar na história concreta” para anunciá-lo, não de comunicá-lo com “informações genéricas ou verdades abstratas”, mas “de acolher as perguntas e as inquietações suscitadas pela vida real, falar as linguagens das mulheres e dos homens do nosso tempo”. Vieram, assim, duas recomendações de Leão XIV: “olhar para cima e imergir para dentro“.
Olhar para cima e imergir para dentro
“Olhar para cima, para que possam ser impulsionadas pelo Espírito Santo. A vocação e a missão de vocês vêm do Senhor, não o esqueçamos. Por isso, o empenho pessoal, os carismas que colocamos em circulação, o zelo do apostolado e os instrumentos que utilizamos nunca devem fazer-nos cair na ilusão e na presunção da autossuficiência. É o Espírito o protagonista da missão, é o Espírito que nos impulsiona para a frente, multiplicando nossos talentos, restaurando-nos nas fadigas, aquecendo nossos corações quando a alegria do Evangelho esfria, iluminando nossos passos e oferecendo-nos intuições criativas, para que sejamos capazes de abrir novos caminhos para a comunicação da fé.”
A segunda atitude, continuou o Papa, é imergir dentro das situações. Impulsionadas pelo Espírito, “vocês também são chamadas a imergir na história, precisamente na escuta da humanidade de hoje”. Por isso, Leão XIV convidou a refletir sobre as obras ligadas ao apostolado e a necessidade de renová-las, “mesmo que exija escolhas corajosas e exigentes”:
“Queridas irmãs, é um serviço precioso o que vocês oferecem ao mundo e à Igreja, trabalhando na produção editorial, no universo digital, na gestão das livrarias, nos projetos de rádio e televisão e na animação bíblica. Sei que os esforços para levar adiante essas múltiplas atividades às vezes são pesados, sobretudo porque as complexas situações atuais exigem uma formação profissional de alta qualidade que, infelizmente, às vezes se choca com o fato de que as forças, pessoais e materiais, são escassas. Mas não nos deixemos desanimar!”
Escutar a humanidade
Ao final do discurso, Leão XIV recordou o Papa Francisco para motivar a missão das Paulinas diante deste “inverno cultural e eclesial que estamos atravessando”. Disse para não ter medo de arriscar, para olhar para o ardor e a alegria incansável de São Paulo em anunciar Cristo, mesmo em meio às dificuldades e perseguições: “deixem-se guiar pelo Espírito e escutem a humanidade“.
Fonte: Vatican News
