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A esperança como tema da Vida do Papa Francisco – Vatican News

“A Família Cristã é uma fábrica de esperança, sobretudo nesses tempos de escassez de sentido. É uma fábrica de esperança para a sociedade como um todo. Sem esperança tudo se torna sem vida, precário, perdido e inútil, até mesmo a fé”. (Papa Francisco)

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

“Peregrinos de Esperança” foi o tema escolhido pelo Papa Francisco para este Jubileu Ordinário de 2025. Para ele, a esperança é uma virtude essencial que nos impulsiona a olhar para o futuro com confiança e fé, mesmo diante das dificuldades. Ele recordava a importância da oração e da fé, que nos conectam com Deus e nos fortalecem em tempos de dificuldade. Ademais, destacava que a esperança floresce em comunidades solidárias, onde as pessoas se apoiam mutuamente e trabalham juntas por um bem comum. Ao agir com compaixão e empatia, as pessoas podem não apenas alimentar sua própria esperança, mas também inspirar os outros a fazer o mesmo, criando um ciclo de esperança e renovação na sociedade.

Depois de ter nos falado sobre a virtude da esperança em João XXIII, Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, Pe. Gerson Schmidt* nos propõe hoje uma reflexão sobre “A esperança como tema da Vida do Papa Francisco”

“Surgiu no mercado bibliográfico católico, a nossa disposição e em nossas mãos, o livro intitulado “Esperança”, a primeira autobiografia de um papa na história, um relato completo, trabalhado ao logo de seis anos, que descreve ainda os inícios do século XX, desde os registros das raízes italianas de Mario Jorge Bergoglio e da migração dos antepassados do Papa Francisco para a América Latina. Perpassa sua infância e juventude, mergulha em sua vocação e chamado para servir à igreja e acompanha o seu Pontificado. “Esperança”, livro escrito com colaboração com Carlo Musso, é publicado simultaneamente nas principais línguas e em mais de cem países. Nas palavras do próprio Papa Francisco que diz no livro: “Uma autobiografia não é nossa literatura particular, e sim nossa bagagem. E a memória não é apenas o que lembramos, mas aquilo que nos cerca. Não fala apenas do que foi, mas também do que será. Parece ontem e, no entanto, é amanhã. Tudo nasce para florescer numa eterna primavera. No final, diremos apenas: não lembro de nada em que Tu – referindo-se ao Senhor – não estejas”.

Papa Francisco escreve mais na introdução de sua autobiografia, que intitulado “Tudo nasce para florescer”. Diz assim: “Costumamos ‘dizer espere e tenha Esperança’ tanto que na língua espanhola ‘esperar’ significa tanto ter quanto esperar, mas a esperança é acima de tudo a virtude do movimento e o motor da mudança: é a tensão que une memória e utopia para construir os sonhos que nos esperam. E se um sonho esmorece é preciso voltar a sonhá-lo de novo, de novas formas, recorrendo vendo com esperança As Brasas da memória nós cristãos devemos saber que a esperança às brasas da memória. Nós cristãos devemos saber que a esperança não ilude nem desilude: tudo nasce para florescer numa eterna primavera. No final, diremos apenas: não me lembro de nada em que Tu não estejas”. Sábias palavras de um Papa que sabia escrever de maneira simples e coloquial, que proclamou o ano da esperança que vivenciamos. Expressão bonita de nosso saudoso Papa: “tudo nasce para florescer numa eterna primavera”. No fundo, a esperança que animava essa grande Papa que marca história.

A autobiografia do livro do Papa Francisco apresenta 25 tópicos, títulos e nos detemos à alguns deles em nossos programas que apresentam a temática da Esperança, título de toda a obra. No título número 22 – De mãos dadas como uma menina irredutível – o Papa Francisco conta uma história vivida numa viagem de avião de um casal Carlos Ciuffardi e companheira Paula, que não haviam casado no religioso, devido às vésperas a Igreja onde tudo estava marcado para o casamento sofrer um terremoto. Após longa conversa, preparação, confissão, Papa Francisco, nas alturas da viagem de avião, pela autoridade papal que tem, realizou o casamento religioso daquele casal, que seria devidamente registrado pelo núncio apostólico nos dias seguintes. Foi ali, no voo para Iquique, em cima das cordilheiras dos Andes, que o Papa realizou o casamento de Paula e Carlos. Talvez muitos canonistas ou sacramentalistas pudessem questionar essa atitude do Papa. Mas ele tem o discernimento papal. O que nos importa aqui não é esse sacramento em circunstâncias especiais, que um Papa pode tranquilamente discernir, mas o que Francisco escreve após narrar esse episódio. Escreve assim em seu livro:

A Família Cristã é uma fábrica de esperança, sobretudo nesses tempos de escassez de sentido. É uma fábrica de esperança para a sociedade como um todo. Sem esperança tudo se torna sem vida, precário, perdido e inútil, até mesmo a fé.

O sentido da situação de Carlos e Paula era a esperança: essa é a conclusão que aquela história esperava, uma conclusão renovada todos os dias. Esperança, esperança, esperança. No fundo, a forma discreta e invencível da esperança foi o que celebramos aos pés dos Andes, na diocese do céu que se tornara aquele avião.

Assim, de diversas formas, o Papa nessa sua autobiografia vai narrando fatos e descrevendo sobre a Esperança, tema Jubilar. Vale a pena conferir nesse seu livro.”

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.


Fonte: Vatican News

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