
Coordenador do grupo jurídico Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho criticou o que avaliou como exposição desnecessária do advogado Nelson Wilians na operação realizada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (12) no âmbito das investigações sobre as fraudes nos descontos associativos do INSS.
Na ação, Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, foi preso. No escritório de Wilians, em São Paulo, foram apreendidas esculturas e obras de arte, entre elas um quadro de Di Cavalcanti, datado de 1971. Os bens foram exibidos em reportagens. Procurado para comentar o episódio, Marco Aurélio de Carvalho avaliou que essa exposição é desnecessária e qualificou a operação como espetáculo midiático.
“É importante afirmar e reafirmar que os fatos são gravíssimos e merecem uma minuciosa investigação”, diz Marco Aurélio. “Após o devido processo legal, respeito à presunção de inocência, ao sagrado direito de defesa, os responsáveis devem ser rigorosamente punidos, mas com respeito à lei, dentro dos limites que a lei estabelece. Operações midiáticas, exposições de intimidade ao réu, seguramente não farão bem ao país e à credibilidade do nosso sistema de Justiça”, complementou.
“Nós temos que negar um tipo de justiça penal midiática circense, que trouxe grandes prejuízos à nação”, ressaltou.
Apesar das críticas, o advogado avalia que essa operação foi um ponto fora da curva. “A Polícia Federal tem conduzido as suas operações com muito equilíbrio e com muita discrição, essa é a regra. Mudou, inclusive, os protocolos e o diretor-geral [Andrei Rodrigues] merece o nosso reconhecimento e o nosso aplauso por isso.”
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