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Homenagem a Dom Antônio Cheuiche marca início das celebrações de seu centenário – Vatican News

Conhecido como um homem de fé e cultura, Dom Antônio Cheuiche atuou por quase quatro décadas na Arquidiocese de Porto Alegre, deixando sua marca tanto no campo religioso quanto no diálogo com a sociedade civil.

A Arquidiocese de Porto Alegre se prepara para viver, em 2027, o centenário de nascimento de Dom Antônio Cheuiche. Figura importante na sociedade, que se destacou internacionalmente como membro da Comissão Teológica do Celam e conselheiro do Itepal (Instituto Teológico Pastoral para a América Latina), na Colômbia, Dom Cheuiche construiu uma trajetória de grande relevância na sociedade civil e religiosa, especialmente na capital gaúcha.

Nesta semana, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul abriu espaço no grande expediente para homenagear a memória do bispo, destacando seu legado humano, cultural e espiritual. O momento reuniu autoridades religiosas, entre elas o bispo emérito, Dom Dadeus Grings, padres, além de leigos da Arquidiocese de Porto Alegre.

Homenagem a dom Antonio Cheuiche na Assembleia Legislativa do RS

Homenagem a dom Antonio Cheuiche na Assembleia Legislativa do RS

O pároco da Catedral, padre Rogério Flores, foi um dos que ressaltaram a atualidade da figura de Dom Cheuiche. Para ele, o bispo carmelita soube integrar fé e vida social de maneira exemplar. “Um homem não só voltado para a Igreja, para a religião, para o catolicismo, mas um homem voltado para a cultura, a questão toda que ele desenvolveu com os segmentos da sociedade, os políticos, os juristas, os empresários, estabelecendo esse diálogo da fé com a sociedade”, destacou o padre, lembrando ainda da simplicidade que marcava o religioso: “Com certeza é atual o legado que ele deixa para nós, dessa capacidade intelectual de dialogar, de caminhar juntos, de ser sensíveis. Ele tinha uma grande capacidade cultural e intelectual, mas sabia ser presente, ser simples com as pessoas simples.”

O deputado estadual, Cláudio Branchieri, responsável pela homenagem enfatizou o valor humano e fraterno do bispo, natural de Caçapava do Sul. “Um grande homem gaúcho, nascido em Caçapava, que deixou um legado de fraternidade, um legado de conhecimento, um legado de unidade e de diálogo, um santo homem. Foi exatamente para marcar essa data, para que os gaúchos saibam da história desse grande filho da nossa terra, que nós fizemos essa grande homenagem, para ficar nos anais da casa”, afirmou.

Um homem de fé, ciência e cultura

 

Conhecido como um homem de fé e cultura, Dom Antônio Cheuiche atuou por quase quatro décadas na Arquidiocese de Porto Alegre, deixando sua marca tanto no campo religioso quanto no diálogo com a sociedade civil.

“Antônio Cheuiche, eu interpreto ele como um homem de fé e de ciência, embora possa parecer um paradoxo”, comentou a historiógrafa da Arquidiocese de Porto Alegre, Vanessa Campos. “Ele teve formação mesmo, estudou jornalismo, foi jornalista, teólogo, filósofo e professor universitário durante muitos anos, tanto na PUC quanto na UFRGS. Toda a carreira dele sempre foi voltada à cultura e à arte.”

Dom Frei Antônio do Carmo Cheuiche, OCD (Caçapava do Sul, 13 de junho de 1927 — Ivoti, 14 de outubro de 2009) foi bispo auxiliar de Santa Maria (1969-1971) e bispo auxiliar de Porto Alegre (1971-2001).

Dom Frei Antônio do Carmo Cheuiche, OCD (Caçapava do Sul, 13 de junho de 1927 — Ivoti, 14 de outubro de 2009) foi bispo auxiliar de Santa Maria (1969-1971) e bispo auxiliar de Porto Alegre (1971-2001).

Em 1971, ao ser nomeado bispo auxiliar de Porto Alegre, conta a historiógrafa, que Dom Cheuiche consolidou essa vocação, usando a cultura como instrumento de evangelização e incentivando o protagonismo da arte como expressão da fé.

“Ele vai dinamizar o Concílio Vaticano II, que ainda era algo recente, trazendo para a Arquidiocese todo esse papel da cultura e da arte, e trabalhando com segmentos sociais mais específicos, como dirigentes católicos de empresas, professores, médicos e até o movimento parlamentar católico-cristão”, recordou.

Segundo Vanessa, a atuação de Dom Cheuiche também repercutiu em âmbito continental, no Celam, durante os anos 1970 e 1980, quando a Igreja Católica refletia sobre a evangelização a partir da cultura.

Centenário terá programação especial

 

As comemorações do centenário já começaram a ser organizadas. Frei Everton Machado, da Ordem dos Freis Carmelitas Descalços e integrante da equipe que coordena as atividades, explicou que a programação terá maior ênfase a partir de 2026.

“Buscamos resgatar a história, o legado do Dom Antônio, e a partir disso gostaríamos de resgatar também muitos dos trabalhos e iniciativas que ele realizava. Estamos em contato com as associações que ele criou”, explicou.

Entre os eventos confirmados, está uma exposição fotográfica que será inaugurada ainda neste mês de setembro, na própria Assembleia Legislativa.

“Essa exposição será itinerante, percorrendo outros espaços. Além disso, estamos construindo uma agenda de eventos que vai se expandir cada vez mais. Acreditamos que, com isso, também fazemos a Igreja estar em diálogo com a sociedade”, afirmou Frei Everton.

O religioso ressaltou a alegria da Ordem Carmelita ao ver reconhecido um de seus filhos mais ilustres: “Para nós é uma grande alegria por termos um filho do Carmelo, Carmelita Descalço, que no seu tempo histórico deixou esse grande legado. Agora, queremos contar sua história e levá-la ao conhecimento de todos. É um sentimento de gratidão.”

*Por Greice Pozzatto – Jornalista / Assessora de Comunicação da Arquidiocese de Porto Alegre


Fonte: Vatican News

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