
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino provocou seu colega Luiz Fux durante o julgamento da trama golpista por defender a condenação do tenente-coronel Mauro Cid por tentativa de abolição do Estado democrático de direito e a absolvição de outros réus, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na mesma acusação.
Fux já lia seu voto havia várias horas na noite desta quarta-feira (10) quando, antes de uma pausa na sessão, foi questionado por Dino. A interpelação iniciou o seguinte diálogo:
Dino: Mauro Cid vossa excelência já votou?
Fux: Já votei.
Dino: Já?
Fux: Não, já votei.
Dino: Absolvendo ou condenando? Porque…
Fux: Condenando.
Dino: Um crime? Dois? Três?
Fux: Um crime [Fux sorri].
Dino: Obrigado. Então é condenando Mauro Cid e absolvendo os outros? Só para eu entender.
Fux: Não, ainda não acabou.
Dino: Ah tá, obrigado.
Em seguida a sessão foi pausada. Na volta, Fux votou pela condenação de Walter Braga Netto, militar e ex-ministro do governo Bolsonaro, por abolição do Estado democrático de Direito. Com a decisão de Fux, a Primeira Turma tem maioria para condenar Braga Netto e Cid pelo mesmo crime.
Antes, o ministro havia votado por inocentar Jair Bolsonaro de todas as acusações feitas pela PGR (Procuradoria Geral da República). Além disso, também militar e ex-ministro Augusto Heleno teve absolvição recomendada por Fux.
A procuradoria acusou os réus que estão sendo julgados nesta semana de cinco crimes: organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado.
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