
A Igreja em Angola já vive intensamente o “Tempo da Criação”, um período ecuménico que vai de 1 de setembro a 4 de outubro, data em que se celebra São Francisco de Assis, padroeiro da ecologia. Este tempo especial aberto no dia 1 de Setembro, data em que se celebrou a X Jornada Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, é uma oportunidade para renovar a relação com Deus, com o próximo e com a Terra – a casa comum.
Anastácio Sasembele – Luanda, Angola
A Comissão Episcopal de Justiça e Paz e Integridade da Criação, organismo da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), lidera as acções alusivas a este período. A Comissão propõe várias iniciativas pastorais, formativas e ambientais, incentivando todas as dioceses, paróquias, comunidades e fiéis a viverem de forma activa este tempo de compromisso ecológico.
Na missa de abertura, o Padre Celestino Epalanga, Secretário Executivo da Comissão, destacou na homilia a importância de pequenos gestos que podem fazer uma grande diferença no cuidado com o meio ambiente. Segundo o sacerdote, atitudes simples como o uso racional da água, a separação do lixo, o combate ao desperdício e a plantação de árvores são sinais concretos de conversão ecológica, especialmente significativos durante este período.
O tema do Tempo da Criação 2025, “Sementes de Paz e Esperança”, propõe uma profunda reflexão sobre o papel dos cristãos na promoção da paz ambiental num mundo marcado por crises ecológicas, sociais e climáticas. As alterações climáticas, a degradação ambiental e a perda da biodiversidade afectam especialmente os mais pobres, e exigem uma resposta urgente e solidária.
Leonor de Freitas, coordenadora do capítulo da “Laudato Si” em Angola, sublinhou o profundo sentido espiritual e prático desta época. Ela explicou que, além das celebrações litúrgicas e momentos de oração, estão previstas acções comunitárias concretas, como campanha de limpeza, campanhas de sensibilização ambiental e formações sobre ecologia integral, inspiradas na Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco.
Durante o Tempo da Criação, igrejas, comunidades, grupos e famílias são chamadas a celebrar, reflectir, agir e comprometer-se com a justiça ecológica e climática, num esforço conjunto de protecção da Casa Comum. O momento é também uma oportunidade para aprofundar a espiritualidade ecológica, reforçando a corresponsabilidade de todos na preservação do planeta.
O apelo da CEAST é claro: que cada cristão em Angola se sinta parte activa deste movimento global de fé e acção, assumindo o compromisso com uma ecologia integral e promovendo a paz com a Criação.
Fonte: Vatican News