Partidos de centro na Câmara dos Deputados avaliam haver maioria para aprovar o requerimento de urgência que acelera a votação do projeto de anistia, mas ressaltam que isso não significa qualquer compromisso com o texto final, que, por enquanto, é desconhecido.
O tema pode voltar à pauta na próxima semana, segundo parlamentares das legendas, após o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) da trama golpista que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Integrantes de partidos como PSD, MDB, Republicanos e União Brasil indicam que a urgência certamente terá maioria para ser aprovada, mesmo que ainda não haja um texto definindo o escopo da anistia. A dúvida sobre o mérito envolve justamente a decisão de perdoar ou não acusados de liderar a trama golpista, entre eles Bolsonaro.
Deputados dessas legendas resistem a uma anistia ampla e irrestrita, como deseja o PL e apoiadores do ex-presidente. Para esses parlamentares centristas, o perdão deveria ser direcionado a participantes dos ataques de 8 de Janeiro que não se envolveram com financiamento ou organização dos atos.
A definição do texto e do relator que será escolhido para dar o parecer devem ser um divisor entre os que apoiam uma anistia para quem depredou prédios públicos e para aqueles que querem livrar Bolsonaro e outros acusados de integrar o núcleo central de trama golpista após a eleição de Lula (PT) em 2022.
Segundo um parlamentar de partido de esquerda, a urgência deve atrair apoio por não ter um texto associado ao requerimento, o que agrada tanto quem defende a anistia “light” quando quem quer salvar o núcleo central. Mas, quando o projeto tomar forma, vai separar “a direita dos extremos”, afirma.
Isso porque centristas dificilmente vão apoiar anistia para quem for condenado por articular tentativa de golpe por mexer com um eleitorado que não é bolsonarista, acrescenta.
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