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Egito e Sudão protestam contra inauguração de barragem etíope – Vatican News

A poucos dias de sua inauguração, a “Grande Barragem da Renascença Etíope” é definida pelo Egito e pelo Sudão como uma ameaça à estabilidade da região. Para o primeiro-ministro etíope, o aproveitamento do chamado Nilo Azul marcaria o fim de uma luta milenar.

Ricardo Balsani – Vatican News

“A barragem etíope no Nilo é uma ameaça contínua à estabilidade na bacia oriental do Nilo”, afirma um comunicado conjunto do Egito e do Sudão emitido no dia 3 de setembro. Menos de uma semana depois, no próximo dia 9 de setembro, está prevista a suntuosa cerimônia de inauguração oficial da Grande Barragem da Renascença Etíope (GERD).

A tomada de posição do Cairo e de Cartum foi divulgada ao final de um encontro que reuniu na capital egípcia os ministros das relações exteriores e outros ministros responsáveis pela gestão das águas dos dois países. “Nas consultas foram discutidos os desenvolvimentos relacionados à barragem etíope, e ambas as partes concordaram que a barragem, que viola o direito internacional, tem graves consequências para os países ao longo do curso do rio e representa uma ameaça contínua à estabilidade na bacia oriental do Nilo”, lê-se na declaração.

Um dia antes do comunicado conjunto sudanês-egípcio, o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed havia reiterado a vontade de seu país de colaborar com Egito e Sudão para a gestão das águas do Nilo. Segundo Ahmed, agora que a barragem está concluída, ela garante um fluxo constante de água durante todo o ano aos dois países a jusante, previne inundações e não lhes causou qualquer dano.

Primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed , discursa com a barragem ao fundo.

Primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed , discursa com a barragem ao fundo.   (AFP or licensors)

Em uma declaração televisiva, o primeiro-ministro descreveu o Nilo Azul, nome do braço do rio que nasce na Etiópia, como a “mãe de todos os problemas” que a Etiópia teve de enfrentar ao longo dos séculos. Para Ahmed, o aproveitamento do rio por meio da GERD marca o fim de uma “luta milenar”.

Longas negociações e nenhuma conclusão

O Cairo e Cartum insistem em um acordo jurídico vinculante entre os três países para o enchimento e a gestão da barragem. O governo egípcio invocou “medidas unilaterais” caso tal entendimento não seja alcançado. A preocupação é que, sem um pacto desse tipo, a barragem possa reduzir drasticamente o fluxo do Nilo, vital para milhões de cidadãos.

As negociações sobre o projeto vêm se arrastando há mais de uma década sem solução. Apesar da ausência de um acordo, a Etiópia decidiu iniciar o enchimento da barragem em cinco fases, ocorridas entre 2020 e 2024, e agora prevê inaugurá-la em setembro. O Egito anunciou o fracasso das negociações sobre a GERD em dezembro de 2023, citando a recusa etíope dos quadros técnicos e jurídicos propostos.      

As tensões pela gestão das águas do Nilo entre a Etiópia, de um lado, e o Sudão e o Egito, do outro, correm o risco de se estender a outros países da região. Um exemplo é a Somália, onde o Cairo mantém uma presença militar que não é bem vista por Adis Abeba.

*Com informações de agências de notícias.

 


Fonte: Vatican News

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