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‘Fui apagada, mas o público foi lá e corrigiu’, diz Letícia Rodrigues, que faz Sandrão em ‘Tremembé’

(FOLHAPRESS) – Logo nos primeiros segundos da entrevista, uma cena improvável: Letícia Rodrigues entra na chamada de vídeo rindo, com gestos leves, voz suave e brincando com a própria pressa para ajustar o fone. Nada -absolutamente nada- lembra a postura dura e o olhar atravessado de Sandrão, personagem que ela vive na série “Tremembé”, do Prime Video.

A discrepância era tamanha que, por alguns instantes, a sensação era de estar diante de outra pessoa. Era o início perfeito para entender o abismo entre atriz e personagem.

Letícia, 33, tem 17 anos de carreira no teatro, na dança e no audiovisual. Já passou por produções como “Manhãs de Setembro”, mantém o solo “116 Gramas” -em que aborda gordofobia a partir da própria experiência- e é casada, desde 2022, com a designer Maria Luiza Graner. Mas foi só com Sandra Regina Ruiz, a Sandrão, que ela atravessou a fronteira da visibilidade ampla.

A personagem, inspirada em uma figura real, é uma das tramas centrais de “Tremembé”. Mesmo assim, Letícia diz que nada a preparou para a proporção do fenômeno -a série se tornou assunto nacional, rompendo a bolha dos fãs de “true crime” e alcançando audiências que geralmente não acompanham esse tipo de produção.

“A gente imaginava que seria bem recebida, mas não desse jeito. E o que mais me emocionou foi o público me separar da personagem”, diz ela, ainda surpresa. “Sempre sonhei em ser reconhecida enquanto atriz. Nunca imaginei que isso viria dessa forma.”

A Sandrão da ficção, assim como a mulher que a inspirou, é retratada como uma liderança tão respeitada quanto temida dentro da prisão. Condenada por sequestro e assassinato no início dos anos 2000, ela cruzou caminhos com Elize Matsunaga e Suzane von Richthofen durante o período em que cumpriu pena. Ela está processando a Prime Video após o lançamento do drama.

Para fazer um personagem tão imponente, a transformação física exigiu um novo corte de cabelo, camadas de protetor solar e a camuflagem de tatuagens. A mudança profunda estava no corpo, no ritmo, no peso do olhar. “A construção vinha de dentro. Era respiração, postura, silêncio. Era encontrar o tom exato daquela mulher.”

Letícia destaca que escolheu se concentrar no material dramatúrgico, e não na figura real que estava interpretando. “Meu compromisso era com a Sandrão da série. É claro que usamos elementos reais, mas o meu trabalho era contar a história que estava ali.”

A preparação, conta Letícia, foi exaustiva -e necessária para construir essa versão da personagem. “Foram dois meses de segunda a sexta, das nove às seis. Estudamos tudo, absolutamente tudo. Eu fiz o teste da forma como pediram e passei. Para alguém que nunca teve muitas oportunidades, isso foi muito feliz”, afirma.

A atriz destaca duas cenas especialmente difíceis no processo. A primeira é a grande briga do episódio inicial. “Ensaiamos dezenas de vezes. Era muita gente, muitos movimentos coreografados e, ainda assim, precisava ter verdade. Foi como filmar uma sequência de cinema.”

A segunda era a reconstituição do crime de Sandrão. “Gravamos de madrugada, estava muito frio, pouca luz. Foram poucos takes”, lembra. “Todo mundo tinha que estar absolutamente concentrado.”

Apesar da recepção da série, Letícia revela ter enfrentado situações de apagamento -algumas matérias chegaram a publicar seu nome incorreto. A atriz foi às redes pedir reconhecimento, postura que acabou viralizando.

“Eu nunca desrespeitei ninguém. Só pedi algo básico: reconhecimento profissional. Isso acontece há muito tempo com artistas menos conhecidos”, afirma. E completa: “Toda vez que me apagaram, o público foi lá e corrigiu. Isso me emocionou”.

A relação com Marina Ruy Barbosa com quem dividiu cenas importantes foi, segundo ela, uma das surpresas mais positivas do processo. “Eu sou tímida. Encontrar alguém tão conhecida ao vivo dá um frio na barriga. Mas a Marina, a Carol [Garcia], a Bianca [Comparato] todas foram muito generosas. Criamos uma rede de apoio ali.”

Com o sucesso da produção, a agenda de Letícia ganhou um ritmo que ela ainda está aprendendo a administrar. “Eu trabalho há 17 anos sem parar, mas viajar a trabalho nunca foi comum. E, nesta semana, tenho duas viagens: uma para falar de ‘Tremembé’ e outra para apresentar meu solo em Recife.”

Além disso, ela participou recentemente de uma leitura solidária da ONU para refugiados e está analisando novos projetos. “Minha missão é ser intérprete. Quero que o público me veja em outras caras, outras histórias. E que Tremembé me ajude a prolongar minha vida na profissão.”

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Folhapress | 12:45 – 05/11/2025


Fonte: Notícias ao Minuto

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