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Sou a voz de vários que não tiveram a chance que tenho, diz Péricles sobre racismo e legado

(FOLHAPRESS) – Péricles Aparecido Fonseca de Faria completou 56 anos em junho. São 39 anos como cantor -os primeiros 26 à frente do Exaltasamba, e os últimos 13 em carreira solo. Pericão, como é carinhosamente chamado, é uma referência na MPB e um nome de peso para artistas negros.

Fazer sucesso em um país que ainda enfrenta o machismo, o racismo e a intolerância religiosa é motivo de reflexão. “Por mais que a gente tenha evoluído em alguns pontos, em outros a gente está muito atrasado.” Para ele, o mês da consciência negra funciona como um lembrete necessário à sociedade.

“Esse mês é para lembrar que é um problema de todos nós. A situação do jovem negro e de todos os homens negros no país e no mundo precisa ser lembrada”, diz. E completa: “A gente não tem que ser aceito, a gente tem que ser respeitado.”

Ao falar sobre o preconceito que ainda recai sobre gêneros como samba, funk e rap, ele lamenta que essa discriminação persista. “O ser humano tem medo daquilo que ele não conhece. Mesmo com tanta informação, as pessoas não buscam saber de onde vêm e qual é a própria história”, afirma o cantor, que será homenageado na quinta edição do Prêmio Potências no próxima segunda-feira (24), em São Paulo.

Mesmo sendo hoje um artista conhecido e respeitado, Péricles reconhece que ainda sofre racismo. “Sim. Um dos meus sofre e o outro também sofre”, diz, referindo-se a si mesmo e aos que estão ao seu redor.

Ele relata situações em que percebe olhares desconfiados quando chega a determinados ambientes: “Ainda são olhares do tipo ‘o que esse cara faz aqui?'”. Apesar disso, garante que não se deixa abalar. “Eu sou a voz de vários outros que não tiveram a chance que eu tenho. Eu vou fazer pelos meus.”

Dono de um jeito acolhedor, ele explica que sua postura vem da própria vivência: “Procuro fazer o que eu sei que outros fariam por mim. Para eu acolher como acolho, também fui acolhido.” Por isso, tenta expandir essa atmosfera para mais pessoas. “Eu sei que muita gente está precisando.”

Sobre episódios recentes envolvendo racismo -como operações policiais violentas no Rio e a discussão em torno do apagamento da personagem de Taís Araujo em “Vale Tudo”-, ele diz que tudo o afeta. “São acontecimentos que me chocam, como tantos outros que a gente vê todo dia. Infelizmente, podem acontecer perto da gente.”

Técnico no The Voice, no SBT, ele se mostra entusiasmado. “É uma experiência única, que eu tenho abraçado da melhor maneira.” O cantor destaca o privilégio de acompanhar novos talentos: “Independente da cadeira virar ou não, estamos descobrindo grandes vozes.”

Ele também comenta o projeto que realiza com Ferrugem, com participação de Belo, que passará por 12 capitais. “Estou podendo conhecer mais da vida e da obra do Ferrugem. É maravilhoso cantar nossas obras juntos”, diz. “E estamos formando um público muito maior.”

À espera do primeiro neto, ele se emociona ao falar da família. “Meu neto está chegando, e a gente está muito feliz”, conta. Seu desejo é preparar tanto o mundo para as novas gerações quanto as novas gerações para o mundo. “Com todas as alegrias e tristezas que esse mundo nos oferece.”

Ao lembrar da adolescência, ele diz que foi um período de grande consciência. “A adolescência me fez acordar para o fato de eu ser um jovem negro de periferia e parte de algo muito maior: uma sociedade.”

Ele reforça o papel essencial da base familiar: “Eu sempre soube que tinha uma família para me acolher. Isso é primordial.” E deixa um recado: “A gente nunca está sozinho. Quem não tem família, tem amigos. Sempre tem alguém de braços abertos para ajudar.”

Considerado uma referência no pagode, ele credita seu aprendizado aos ídolos. “Eu aprendi direitinho com grandes artistas”, afirma. Para ele, o grupo Fundo de Quintal foi decisivo: “Eles deixaram um legado incrível de postura, educação e respeito, que é o que quero deixar para os meus filhos.”

Por fim, ele avalia o crescimento do pagode no cenário atual. “Com um olhar mais profissional, o pagode está crescendo e se firmando novamente no mercado.” O gênero, antes visto de forma pejorativa, voltou a ocupar espaço em novelas, filmes e grandes produções. “Hoje é uma realidade.”

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Folhapress | 09:30 – 20/11/2025


Fonte: Notícias ao Minuto

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