O ex-ministro e ex-presidente do PT José Dirceu será o coordenador da discussão em torno do novo programa do partido. A reformulação programática é parte de um uma série de mudanças que o presidente do partido, Edinho Silva, integrante da ala mais moderada do PT, busca fazer.
Dirceu, integrante do diretório nacional do PT, disse à Folha que a ideia é fazer um grande diagnóstico sobre conjuntura mundial e nacional e, a partir disso, projetar quais serão as ideias e práticas do partido para os próximos 20 anos.
Ele mencionou a nova realidade de redes sociais, a acensão chinesa e a política mas agressiva dos Estados Unidos sob Donald Trump, além de um momento de fortalecimento da direita globalmente.
Tudo mudou desde 2016, quando o PT realizou seu último congresso. Mas uma coisa, segundo ele, deve permanecer inalterada: “O caráter do partido socialista não vai estar em discussão”, disse Dirceu.
O dirigente petista falou em buscar reformas sociais e políticas. Alguns dos focos já estariam presentes nos discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como justiça tributária e distribuição de renda.
Dirceu marca uma diferença entre programa de partido e programa de governo. O primeiro serve, em sua visão, para buscar maiorias políticas em apoio a determinadas pautas. O segundo é montado de acordo com correlações de forças eleitorais e alianças com outros partidos.
“Para transformar o Brasil em um país soberano do ponto de vista financeiro e tecnológico, [o necessário] não é programa de governo do Lula, é preciso criar uma maioria política”, disse ele. Dirceu também mencionou como um dos objetivos do novo programa preservar a democracia no Brasil.
O congresso do PT está marcado para abril do ano que vem. Além da reformulação do programa, o partido deverá fazer uma revisão em seu estatuto e começar a discutir propostas para a campanha de reeleição de Lula, entre outras atividades.
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