O Ministério da Educação (MEC) decidiu anular três questões do Enem 2025 após identificar similaridades entre itens da prova e conteúdos apresentados em uma live do estudante Edcley Teixeira. A Pasta informou que acionou a Polícia Federal (PF) para investigar um possível vazamento e apurar a conduta do universitário, que cursa Medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC).
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Cinco dias antes do exame, Edcley transmitiu no YouTube uma aula em que resolvia perguntas muito próximas às que apareceram no Enem aplicado no último domingo. Em seus perfis, ele afirma participar dos pré-testes conduzidos pelo Inep — etapa na qual itens são avaliados antes de integrarem o Banco Nacional de Itens — e diz conseguir memorizar detalhes para reutilizá-los em aulas on-line que comercializa como preparatório.
A comissão responsável pela montagem da prova analisou o conteúdo divulgado e identificou coincidências suficientes para determinar a anulação de três questões. Em nota, o MEC afirmou que nenhuma pergunta exibida nas redes foi reproduzida integralmente no Enem 2025, mas reconheceu “similaridades pontuais” que justificaram a medida.
A live, realizada em 11 de novembro, trouxe exemplos de questões com alternativas idênticas às aplicadas no exame, como uma de Biologia sobre espécies restritas a ambientes específicos. Em publicações posteriores, o estudante também mostrou uma questão sobre ruído sonoro que replicava enunciado, valores e função matemática presentes na prova.
Edcley afirma que já havia tido contato prévio com itens de edições anteriores, como 2023 e 2024, e que utilizou esses conteúdos em seu curso. Informações atribuídas a ele em plataformas públicas indicam que cursa o quinto período de Medicina na UFC e mantém uma empresa voltada ao ensino pré-vestibular.
O Inep reiterou que os protocolos de segurança foram seguidos e que a Teoria da Resposta ao Item (TRI) exige a realização de pré-testes, nos quais estudantes podem ter contato com questões que futuramente integrem o exame. O instituto ressaltou, porém, que a divulgação indevida de itens sigilosos pode configurar quebra de confidencialidade.
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A Polícia Federal foi acionada para apurar a origem da divulgação, identificar eventuais responsáveis e verificar indícios de má-fé no uso e na exposição de questões. O episódio reacende discussões sobre os limites entre a prática dos pré-testes e a preservação do sigilo das provas do Enem.
Confira a nota do MEC:
“O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) reafirma a isonomia, lisura e validade das provas do Enem 2025.
Ao identificar relatos de antecipação de questões similares às do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, a equipe técnica que faz parte da comissão assessora responsável pela montagem das provas analisou as circunstâncias e decidiu, com base em informações sobre a montagem do teste, pela anulação de três itens aplicados na prova.
O Enem utiliza a Teoria da Resposta ao Item (TRI) para apuração de seus resultados. A metodologia demanda que os itens sejam pré-testados. Os estudantes que participam de pré-testes têm contato com itens que podem vir a compor o Enem em alguma edição.
Nenhuma questão foi apresentada tal qual na edição de 2025 do exame. Na divulgação observada nas redes sociais, foram identificadas similaridades pontuais entre os itens.
A Polícia Federal foi acionada para apurar a conduta e autoria na divulgação das questões e garantir a responsabilização dos envolvidos por eventual quebra de confidencialidade ou ato de má-fé pela divulgação de questões sigilosas de forma indevida.
O Inep promove diversas estratégias para calibrar as questões que compõe o Banco Nacional de Itens e podem ser usadas na elaboração das provas do Enem. Os processos envolvem rigorosos protocolos de segurança, que foram cumpridos em todas as etapas do exame.“
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