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Papa sobre misticismo: equilíbrio e prudência ao distinguir fenômenos excepcionais dos Servos de Deus – Vatican News

A mística manifestada pela experiência íntima do amor com Deus é reconhecida há séculos pela Igreja. Os eventos excepcionais, porém, disse Leão XIV, “não são condições indispensáveis para reconhecer a santidade de um fiel”, mas a “plena e constante conformidade com a vontade de Deus”. Por isso a importância de “equilíbrio” e “prudência” para distinguir os fenômenos espirituais autênticos e conforme ao ensinamento da Igreja “das manifestações que podem ser enganosas”.

Andressa Collet – Vatican News

A audiência com o Papa Leão XIV nesta quinta-feira (13/11), na Sala Paulo VI, no Vaticano, encerrou as atividades do congresso de quatro dias sobre misticismo na Pontifícia Universidade Urbaniana, organizado pelo Dicastério para as Causas dos Santos. Após os encontros precedentes sobre santidade, dimensão comunitária e martírio, o tema deste ano foi dedicaado à relação entre os fenômenos místicos e a santidade de vida, “uma das dimensões mais belas da experiência de fé”, disse o Pontífice logo no início do discurso, ao também agradecer pelo aprofundamento do argumento, uma maneira inclusive para “esclarecer alguns aspectos que requerem discernimento”.

A íntegra do discurso do Papa Leão XIV

A vida mística e a união com Deus

“Seja através da reflexão teológica, seja com a pregação e a catequese, a Igreja reconhece há séculos que no coração da vida mística está a consciência da íntima união de amor com Deus”, continuou Leão XIV, um evento de graça que “ultrapassa o mero conhecimento racional, não por mérito de quem a vive, mas por um dom espiritual, que pode se manifestar de diversas maneiras, inclusive com fenômenos até mesmo opostos, como visões luminosas ou escuridões intensas, aflições ou êxtase”. Esses eventos excepcionais, porém, complementou o Pontífice, devem permanecer sempre em “comunhão com Deus”. E Leão XIV explicou:

“Os fenômenos extraordinários que podem conotar a experiência mística não são condições indispensáveis para reconhecer a santidade de um fiel: se presentes, eles fortalecem as virtudes não como privilégios individuais, mas como ordenados para a edificação de toda a Igreja, corpo místico de Cristo. O que mais importa e deve ser enfatizado no exame dos candidatos à santidade é a sua plena e constante conformidade com a vontade de Deus, revelada nas Escrituras e na Tradição apostólica viva. É importante, portanto, ter equilíbrio: assim como não se deve promover as Causas de Canonização apenas na presença de fenômenos excepcionais, também se deve ter cuidado para não penalizá-las se os mesmos fenômenos caracterizam a vida dos Servos de Deus.”

A audiência com o Papa foi realizada na Sala Paulo VI, no Vaticano

A audiência com o Papa foi realizada na Sala Paulo VI, no Vaticano   (@Vatican Media)

Além do equilíbrio, prudência para avaliar os fenômenos

Em discurso, o Papa ainda salientou sobre o compromisso constante do “Magistério, da teologia e dos autores espirituais” de fornecer critérios para distinguir os fenômenos espirituais autênticos “das manifestações que podem ser enganosas. Para não cair na ilusão supersticiosa, é preciso avaliar com prudência tais eventos, através de um discernimento humilde e conforme ao ensinamento da Igreja”. Enfim, antes da bênção apostólica aos participantes do congresso sobre o misticismo, Leão XIV alertou:

“No centro do discernimento sobre um fiel está a escuta da sua fama de santidade e o exame da sua virtude perfeita, como expressões de comunhão eclesial e íntima união com Deus. Desempenhando esse precioso serviço estão especialmente aqueles como vocês que trabalham no âmbito das Causas de Canonização chamados a imitar os Santos e a cultivar assim a vocação que nos une a todos como batizados, membros vivos do único povo de Deus.”

Leão XIV com o cardeal Semeraro, o prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos

Leão XIV com o cardeal Semeraro, o prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos   (@Vatican Media)


Fonte: Vatican News

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