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Cultura da Vida é um espaço de aprofundamento de temas relacionados à dignidade da vida humana e à missão da família como guardiã da vida com Marlon Derosa e sua esposa Ana Carolina Derosa, professores de pós-graduação em Bioética e fundadores do Instituto e Editora Pius com sede em Joinville, Santa Catarina. Marlon e Ana são casados há 8 anos, têm 3 filhos, são atuantes na Pastoral Familiar. Neste décimo encontro, o dia do nascituro.
Vatican News
Olá, amigos da Rádio Vaticano! Aqui é Marlon e Ana Derosa.
Hoje, vamos falar sobre o Dia do Nascituro, dia 8 de outubro, data criada pela CNBB para promover em nosso país e nas nossas dioceses, a cultura da vida. Mas o que significa a palavra “nascituro”? Nascituro vem do latim “nasciturus”, que significa literalmente “aquele que há de nascer”. O direito considera o nascituro como um ser humano já concebido, mas ainda não nascido. A lei brasileira reconhece ao nascituro direitos fundamentais, como o direito à vida.
O nascituro, considerando seu significado filosófico e antropológico, é a pessoa em desenvolvimento, dotada de dignidade humana intrínseca. Não é uma “vida em potencial”, mas uma vida humana já iniciada, em seus primeiros estágios de desenvolvimento. A cada fase do desenvolvimento intrauterino, o nascituro revela sua individualidade própria e irrepetível. O ponto 2270 do Catecismo da Igreja Católica diz que “A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção”.
Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo o ser inocente à vida.” Mas o nascituro é, de fato, um ser humano, uma vida humana? A ciência nos comprova que sim, e nos ajuda a entender isso. A embriologia nos mostra claramente que, quando óvulo e espermatozoide se unem, essa união dá origem a um novo organismo vivo, dotado de um código genético próprio e irrepetível. A partir da fecundação, essa nova pessoa, que já tem seu próprio DNA, começa a se desenvolver de forma autônoma. Após a concepção, nas primeiras oito semanas de desenvolvimento, temos a chamada fase embrionária. Nessa fase chamamos essa criança de embrião.
Depois, inicia-se a fase fetal, por isso, é chamado de feto. Assim é o desenvolvimento humano. Depois ele será chamado bebê ou criança, depois vamos chamar adolescente, adulto, e por fim, idoso. Cada fase pode ter seu nome específico, mas em todas essas fases é um ser humano. Em toda a sua vida, é uma pessoa que deve ser protegida, acolhida e amada. Hoje em dia, na chamada cultura do descarte, existe uma tendência perigosa em querer desumanizar o embrião ou o feto. A cultura do descarte insiste em colocar condições ou critérios para dizer se devemos ou não proteger o direito à vida. E a posição da Igreja será sempre a de defender a vida e acolher quem sofre ou está vulnerável. Isso inclui a proteção e o cuidado integral das pessoas em todas as suas fases.
Certa vez o Papa Francisco falou que a questão do aborto “não é um problema religioso: nós não somos contra o aborto devido à religião. Não. É um problema humano” (Coletiva de imprensa no voo de regresso de Dublin, 26 de agosto de 2018). Dizia ainda o Papa: “Pegai em qualquer livro sobre embriologia, daqueles que estudam os alunos nas Faculdades de Medicina e vede”. (…) “É uma vida humana… ponto final! E esta vida humana deve ser respeitada”. Que neste dia do nascituro todos nós, enquanto Igreja, possamos refletir sobre quais ações podemos aprimorar em valorização da vida humana. Há muitas formas de trabalhar em prol da cultura da vida. Isso pode envolver ações de reflexão, oração e divulgação sobre o valor da vida desde a concepção. Mas também deve se estender às ações práticas em prol da proteção da vida.
Falamos aqui de auxiliar gestantes… ir ao encontro de mulheres e famílias fragilizadas, apoiar as casas pró-vida, seja com o nosso trabalho voluntário, seja com doações de enxovais ou apoio financeiro mesmo. Existem muitas casas e projetos já estruturados, que se dedicam a acolher gestantes em crise, para ajudá-las desde o pré-natal até anos após o nascimento da criança. Ações desse tipo levam dignidade a essas mulheres e são determinantes para salvar a vida dessas crianças. Dedicar-se a apoiar e fomentar iniciativas assim é fundamental para sermos essa igreja em saída que vai ao encontro de quem mais precisa. É colocar o Evangelho da vida na prática em meio a nossa sociedade.
Este foi mais um Cultura da Vida.
Um abraço e até a próxima!
Fonte: Vatican News
