
Governistas avaliam que a decisão de União Brasil, PP e Republicanos de se posicionar contra a MP de impostos equivale a uma declaração de guerra que tem fundo eleitoral, especialmente pela avaliação de que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) entrou em campo para enterrar a proposta. Tarcísio nega a atuação e disse estar focado nos temas de São Paulo.
União e PP, que formam uma federação, fecharam questão contra a medida provisória, que tinha uma previsão de arrecadação de R$ 17 bilhões em 2026, ano eleitoral. Os partidos já haviam anunciado desembarque do governo Lula no início de setembro, marcando posição para as eleições —os ministros Celso Sabino (União) e André Fufuca (PP) permanecem no cargo até hoje, embora o primeiro esteja enfrentando processo de expulsão do partido.
No caso do Republicanos, que tem um ministério no governo Lula, o partido deu votos significativos contra o texto. No PSD, com três ministérios, foram 18 votos contrários à MP —a legenda tem 45 deputados.
Para governistas, os partidos agem para tentar diminuir a potência fiscal do governo em 2026, em uma operação política.
E essa movimentação, afirmam, inclui o próprio Tarcísio, que, mesmo com uma indefinição sobre se sairá candidato à Presidência em 2026, não tem interesse de que a gestão petista esteja forte em São Paulo no ano que vem, caso decida disputar a reeleição no Palácio dos Bandeirantes.
Por outro lado, afirmam, a votação foi positiva para deixar a digital de deputados da base em um tema importante para o governo. Nesse sentido, dizem, foi melhor perder no voto do que deixar a MP caducar.
Parlamentares governistas fazem uma mea-culpa e admitem que o governo não se esforçou para tentar conter a sangria no Congresso entre a votação da urgência da anistia e a apreciação da medida provisória, nesta quarta-feira (8). Eles reconhecem que o governo poderia ter se esforçado para acelerar a liberação de emendas, por exemplo.
Apesar da dificuldade, governistas afirmam ser possível aproveitar parte dos itens da medida provisória em um projeto já enviado pelo Executivo e que trata de juros sobre capital próprio.
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