
No XXXIII aniversário da assinatura do Acordo Geral de Paz de Moçambique, o Padre Abel Baptista Sicanso apelou à reconciliação, perdão e partilha como caminhos para uma paz duradoura. Falando no encontro inter-religioso promovido pela Comunidade de Santo Egídio, em Nampula, o sacerdote destacou que a verdadeira paz nasce de Deus e manifesta-se nos frutos do Espírito Santo.
Cremildo Alexandre – Nampula, Moçambique
No salão polivalente da Comunidade de Santo Egídio, em Nampula, realizou-se um encontro inter-religioso sob o lema “Apostar na Paz”, em celebração dos 33 anos da assinatura do Acordo Geral de Paz de Moçambique, ocorrido em Roma a 4 de outubro de 1992.
Entre os oradores, destacou-se o Padre Abel Sicanso, que orientou uma reflexão profunda sobre o valor espiritual e humano da paz. Inspirando-se na Carta de São Paulo aos Gálatas (5, 22-23), o sacerdote recordou que “a paz é dom de Deus e fruto do Espírito Santo”, manifestando-se através do amor, alegria, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
O Padre Abel sublinhou que “a paz oferece tranquilidade e coragem, confiança e segurança”, e que ela conduz o homem ao silêncio interior e à escuta de Deus. Contudo, lamentou que, em muitos contextos, prevaleçam o medo, a discórdia e a violência. “Vivemos um momento de medo e de morte. Então, que paz é esta? Precisamos de reconstruí-la em nós e entre nós”, afirmou.
Dirigindo-se aos presentes, o sacerdote exortou à prática do diálogo, da reconciliação e do perdão como instrumentos de consolidação da paz no país. “A nossa independência deve produzir e consolidar a paz. Ela deve ser construída por cada um, no dia-a-dia, através do compromisso com o bem comum”, apelou.
O encontro, promovido pela Comunidade de Santo Egídio, reuniu líderes religiosos, representantes da sociedade civil e fiéis de diferentes confissões, todos unidos na convicção de que a paz é um dever e uma responsabilidade partilhada.
Encerrando a sua intervenção, o Padre Sicanso convidou os moçambicanos a viverem segundo os valores evangélicos da fraternidade e justiça: “Para que a paz seja duradoura, devemos enveredar pelo diálogo, pela reconciliação e pela partilha de oportunidades e de bens a todos”.
Fonte: Vatican News

