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Bola está com o Ocidente, diz Putin sobre a Ucrânia


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (19) que a paz na Ucrânia por ele invadida em 2022 depende agora dos apoiadores ocidentais de Kiev aceitarem seus termos, que incluem cessão territorial e neutralidade militar do vizinho.

“A bola está inteiramente na quadra os nossos ditos oponentes ocidentais, o chefe do regime de Kiev e seus patrocinadores europeus”, afirmou, com o usual sarcasmo a se referir ao presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

Putin afirmou que fez concessões a pedido do presidente americano, Donald Trump, que está tentando costurar um acordo de paz até o fim do ano. Mas não as detalhou, preferindo dizer que a guerra só acabará quando suas “causas profundas”.

Ele voltou a se referir às demandas apresentadas em junho de 2024, refeitas em documento um ano depois, para o fim do conflito. Elas deram à luz um documento conjunto russo-americano no mês passado, que já foi e voltou a mesas de negociação.

Trump quer que Zelenski aceite perder território, e o ucraniano diz aceitar se houver garantias robustas de segurança para evitar novos ataques russos. Pela ordem das conversas, a próxima rodada será entre americanos e russos.

“Nós também gostaríamos muito de viver em paz no próximo ano, livres de quaisquer conflitos militares. E repito: gostaríamos muito, e nos esforçamos para, resolver todas as questões controversas por meio de negociações”, disse Putin.

Ele zombou do vídeo que Zelenski filmou num marco de entrada da cidade de Pokrovsk, que os russos anunciaram ter tomado, para dizer que era uma mentira. “O sinal está localizado fora da cidade, cerca de 1 km de distância. Bom, por que ele está parado lá? Entre, certo?”, disse, sugerindo o controle do local.

Putin elogiou Trump, como de costume, dizendo que o americano está “fazendo um grande esforço” para achar uma saída para a guerra, e que relatou as exigências russa na cúpula entre os dois no Alasca, em agosto. Voltou a dizer que os líderes europeus da aliança militar Otan “estão se preparando para uma guerra” que a Rússia não tem interesse em lutar.

“O movimento da infraestrutura militar [da Otan] em direção às nossas fronteiras continua a nos preocupar. Não estamos pedindo nada extraordinário, não estamos dizendo que os países não têm o direito de se defender. Mas precisa haver um étodo que não ameace os outros”, afirmou.

O presidente disse apoiar a ideia, ventilada por Zelenski após pressão de Trump, da realização de eleições na Ucrânia mesmo com a guerra em curso, o que não é possível legalmente hoje. Afirmou que a Rússia “daria condições de segurança” para tal.

Putin comentou a desistência da União Europeia de usar reservas russas congeladas na Bélgica como lastro para um empréstimo a Kiev. Segundo ele, chamar a proposta de furto não seria correto, pois “é um roubo à luz do dia”.

EVENTO TEVE CRÍTICA E ALIENS

O evento desta sexta é uma tradição que teve vários formatos desde 2001. Sua edição mais longa até aqui foi em 2019, com quatro horas e 54 minutos. Em 2022, num momento particularmente ruim da guerra para os russos, ele não ocorreu.

Na entrevista, chamada de Linha Direta e Retrospectiva do Ano, Putin responde a questões de jornalistas na plateia, inclusive alguns ocidentais. Para chamar a atenção, em outros anos alguns repórteres traziam até bichos de pelúcia; desta vez, apenas cartazes simples foram permitidos.

O evento também recebe vídeos, mensagens e telefonemas, alguns ao vivo, de cidadãos comuns.

Neste ano, o Kremlin disse ter recebido 2,7 milhões de questões prévias. O espaço para o dissenso controlado é garantido: um morador de Volgogrado queixou-se de falta de água, outro de São Petersburgo, do baixo valor de sua pensão estatal.

Houve também alguns escorregões dos censores. Num telão que mostrava mensagens de texto, duas foram especialmente irônicas. “Isso não é uma linha direta, é um circo”, disse uma, enquanto outra questionou se “como é sexta, podemos beber já?”.

O ponto fora da curva, do planeta aliás, ficou na conta de uma jornalista que pediu para Putin piscar com o olho esquerdo se fosse verdade que o cometa 3I/Atlas é na realidade uma nave alienígena. O russo entrou na brincadeira, fingindo seriedade.

“Vou te dizer, mas isso é estritamente entre a gente, é um segredo de Estado. É nossa arma secreta, mas não a usaremos exceto em casos extremos”, brincou, depois validando a hipótese da maioria dos cientistas de que o comportamento inusual do bólido interestelar é natural.

Em outro momento, um homem pediu a namorada em casamento e convidou Putin para a festa. O russo não respondeu.

Leia Também: Europa desiste de usar reservas russas para ajudar Ucrânia


Fonte: Notícias ao Minuto

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