

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou nesta quarta-feira que Moscou dará “uma resposta forte” caso países europeus enviem tropas para a Ucrânia ou utilizem ativos russos bloqueados para financiar Kyiv na guerra.
Segundo Lavrov, a alegação de que a Rússia deseja um confronto com a Europa “nunca passou pela nossa cabeça”, mas ele ressaltou que Moscou reagirá a qualquer ação considerada hostil. Isso, afirmou, inclui “o envio de contingentes militares europeus para a Ucrânia”.
O chanceler russo também advertiu que haverá reação caso bens russos sejam confiscados por governos europeus, como defendem alguns líderes do bloco. As declarações foram feitas durante um discurso no Parlamento russo.
Lavrov acusou os países europeus de acreditarem que “estão acima de todas as normas e leis que prevalecem no restante do mundo”, e elogiou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por declarar que a União Europeia enfrenta “uma crise profunda” e está “seguindo na direção errada”.
Para o ministro, Bruxelas se recusa a aceitar que “a Rússia vai vencer e alcançar seus objetivos legítimos”, razão pela qual os líderes europeus “insistem em políticas fúteis de apoio a Kyiv”. Ele afirmou que “a Europa está cega pelo desejo de impor uma derrota estratégica à Rússia” e que não consegue admitir a possibilidade de fracasso.
Em contraste, Lavrov reservou elogios a Trump, destacando sua disposição para “dialogar e buscar uma solução política e diplomática” para a guerra. O ministro mencionou as negociações realizadas na semana passada entre representantes russos e americanos e disse que Trump é “o único líder ocidental que compreende as raízes da crise” na Ucrânia.
Segundo ele, já no início do novo mandato, Trump demonstrou “entender as razões que tornaram a guerra inevitável” e passou a sinalizar que deseja “abordar as causas do problema”, algo que Lavrov atribui às atitudes hostis de líderes ocidentais anteriores.
O ministro russo afirmou ainda que Trump é “o único líder ocidental que se preocupa com os direitos humanos” nesse contexto e que pretende discutir “a garantia dos direitos das minorias” na Ucrânia. argumento frequentemente usado pelo Kremlin para justificar a invasão de 2022 e a anexação unilateral de regiões como Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporíjia.
Lavrov também acusou a ONU de manter um “papel tendencioso” em favor da Ucrânia e disse que a organização precisa “parar de ucranizar tudo”. Para ele, temas relacionados a paz, política e segurança no âmbito das Nações Unidas tornaram-se ferramentas de influência dos países ocidentais. Ele defendeu que é hora de “pensar no futuro da ONU”.
Fonte: Notícias ao Minuto



