

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na reta final de “Dona de Mim” (Globo), L7nnon comemora o sucesso de seu primeiro trabalho como ator. O rapper carioca de 31 anos, que dá vida ao ex-detento Ryan na novela, se diz surpreso e contente com a aceitação do público. Para ele, o personagem vem cumprindo sua missão de levar uma mensagem importante aos jovens, principalmente os que, assim como ele, têm origem nas favelas e periferias.
“Eu realmente não imaginei que teria essa aceitação e que as pessoas fossem curtir de verdade o Ryan”, diz, em entrevista à reportagem. “A gente faz o que pode para influenciar positivamente, para mostrar para as pessoas que se espelham em nós que o crime não é opção.”
Na trama, que chega ao fim em janeiro, Ryan abandona de vez o mundo do crime e parte em busca de uma carreira musical como rapper.
Cria de Realengo, L7 canta em seus raps como era vida antes do sucesso, as memórias boas -e outras nem tanto- de uma adolescência vivida na periferia. Abordagens policiais, episódios de racismo e violência são recorrentes na realidade cantada pelo artista. “Todo mundo que vem de um lugar periférico, carente, vai passar por preconceitos. Muitas vezes pelo linguajar, pela cor, pelo jeito”, diz.
“A principal mensagem é acreditar em você e não se distrair no caminho”, acrescenta. “Na vida, vão ter milhares de distrações, mas o pódio não é para qualquer um. Se você quer ser diferente, siga na tua diferença e acredite em você. Dá o teu melhor e vai acontecer.”
Questionado sobre a ação policial no Rio de Janeiro que terminou com 121 mortos no dia 28 de outubro, o artista acredita que “o problema é mais embaixo”. “Aquilo ali não vai resolver o tráfico, o crime não vai acabar, a corrupção não vai acabar. Se quisessem resolver mesmo o problema, eles teriam jeito melhor”, diz. “Só traumatizou ainda mais quem é de favela. Criança que está vendo aquela cena vai crescer com aquela dor.”
ARTE DE PROTESTO
Mesmo com o ritmo puxado de gravações da novela, o artista não deixou de lado sua produção musical. Ele conta que tem um estúdio em casa e que a experiência no audiovisual só veio para “engrandecer sua arte”. “Mesmo fazendo a novela, estou escrevendo um milhão de músicas”, diz.
O rapper e agora ator encara sua arte como forma de resistência e protesto. “Todo mundo que falou que não ia dar em nada, que eu era apenas mais uma pessoa qualquer, hoje está tendo que aplaudir a vitória. Não guardo rancor, acho que é motivação para ir mais longe”.
ESTILO
Na ocasião de seu anúncio como embaixador da linha de relógios G-Shock, da Casio, o artista falou também sobre moda e estilo. “Defino meu estilo como skate, rap, vivência da rua”, diz. Em um de seus raps, ele canta que “tem gente que tem dinheiro mas é inimigo da moda”.
“Não estou querendo dizer que um estilo é o certo e outro não”, se justifica. “Cada um é cada um, se a pessoa se sente bem com aquela roupa, mete marcha.”
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Fonte: Notícias ao Minuto



