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Temor pelo destino de milhares de civis desaparecidos em El Fahser – Vatican News

“Com grande dor acompanho as trágicas notícias que chegam do Sudão, em particular da cidade de El Fasher, no devastado Darfur do Norte. Violência indiscriminada contra mulheres e crianças, ataques a civis indefesos e graves obstáculos à ação humanitária estão causando sofrimentos inaceitáveis a uma população já exausta por causa de longos meses de conflito. Rezemos para que o Senhor acolha os falecidos, ampare os que sofrem e toque o coração dos responsáveis.” (Leão XIV no Angelus)

Vatican News com Agência Fides

Dezenas de milhares de civis que fugiram de El-Fasher estão atualmente desaparecidos. Organizações humanitárias que atuam no campo de refugiados de Tawila, a cerca de 50 quilômetros da cidade, que foi capturada pelos militantes das Forças de Apoio Rápido (RSF) na semana passada, esperavam um fluxo maior de deslocados.

Na época de sua queda nas mãos RSF, a cidade tinha aproximadamente 260.000 habitantes, dos quais pelo menos 65.000 fugiram, segundo estimativas da ONU. No entanto, de acordo com o Norwegian Refugee Council (“Conselho Norueguês para Refugiado”), que administra o campo de Tawila, menos de 6.000 pessoas de El-Fasher conseguiram chegar à cidade.

Há o temor de que os deslocados estejam sendo impedidos de deixar a cidade, talvez porque pressionados a pagar para continuar sua viagem. No entanto, a maioria deles não tem dinheiro suficiente para atender às exigências extorsivas dos militantes.

Durante o cerco de 18 meses, as Forças de Apoio Rápido (RSF) cercaram El-Fasher com uma muralha circular de areia para impedir possíveis ataques do exército regular, que estava entrincheirado na cidade. Esse esforço defensivo agora dificulta ainda mais a saída dos moradores de El-Fasher, onde continuam surgindo relatos de massacres e discriminação étnica por parte dos militantes.

A ONU descreveu esses eventos como “atrocidades em massa”, embora, devido à interrupção das comunicações com a região, o número exato de vítimas permaneça desconhecido. As próprias RSF afirmaram ter prendido vários de seus membros por crimes de guerra, uma medida que, no entanto, organizações humanitárias locais e internacionais classificaram como “propagandística”.

O primeiro-ministro sudanês, Kamil Idris, lamentou que a comunidade internacional “tenha feito muito pouco” para tentar resolver a guerra civil que eclodiu em abril de 2023, mas rejeitou a ideia de enviar tropas da ONU para o seu país, afirmando que “o envio de tropas internacionais constituiria um ataque à soberania e à integridade territorial do Sudão. Isso é ilegal e só aumentaria a confusão, o que seria contraproducente. O exército e o povo sudaneses estão determinados a resgatar e libertar El-Fasher.”

Idris também afirmou que “as Forças de Apoio Rápido (RSF) colaboram estreitamente com mercenários de todo o mundo, particularmente da Colômbia”, chamando-os de “criminosos que não conhecem nem o país nem os objetivos de guerra das RSF” porque “lutam apenas por dinheiro”.

Em entrevista à Al Jazeera, o presidente colombiano Gustavo Petro afirmou que “o que está acontecendo no Sudão é genocídio. Nossos soldados estão sendo enviados para lutar como mercenários no Sudão e na Ucrânia por chefes da máfia que vivem em Dubai, Roma e Miami. Não queremos ser cúmplices do genocídio no Sudão e iremos perseguir essas redes mafiosas.”

Após as orações do Angelus no domingo, 2 de novembro, o Papa Leão XIV lançou um apelo pela paz e ajuda humanitária para o Sudão.


Fonte: Vatican News

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