
“Hoje eu sou um milagre vivo do testemunho do amor de Deus”, disse Carlos Alberto. “O Pe. Renato ensinou para a gente que no outro está Jesus”, confirmou Lúcia da Silva. “É um ato de amor de Deus concreto”, finalizou Renata Barros. Todos são fruto do acolhimento do Pe. Renato Chiera, fundador da Casa do Menor no Rio de Janeiro, um testemunho vivo para o Jubileu dos Pobres que começa nesta sexta-feira (14/11). Outros dois brasileiros almoçam com o Papa e 1300 pessoas no domingo (16/11).
Andressa Collet – Vatican News
Brasileiros atendidos por diferentes comunidades católicas no país participam do Jubileu dos Pobres deste final de semana, da Vigília da Misericórdia desta sexta-feira (14/11) na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, a peregrinação à Porta Santa no sábado (15/11) e com o encerramento no domingo (16/11), IX Dia Mundial dos Pobres: às 10h no horário local, 6h no Horário de Brasília, o Papa vai presidir uma missa na Basílica de São Pedro com transmissão ao vivo em português pelos canais do Vatican News. Na sequência, Leão XIV participa do tradicional almoço festivo na Sala Paulo VI com 1300 pessoas, organizado pelo Dicastério para o Serviço da Caridade.
O testemunho de ex-moradores de rua, filhos de Pe. Renato
Em Roma para o Jubileu dos Pobres, uma delegação da Casa do Menor do Rio de Janeiro inclusive encontrou o Papa na última quarta-feira (12/11) ao final da Audiência Geral. Além do fundador Pe. Renato Chiera, também estavam na Praça São Pedro a presidente Lúcia Inês Cardoso da Silva, a vice Renata Barros e o coordenador de uma filial em Fortaleza/CE, Carlos Alberto, que inclusive foi designado para dar seu testemunho durante a Vigília da Misericórdia. Com 43 anos de idade e cerca de 20 anos vivendo na rua, com dependência de drogas e passagens pela prisão, ele foi evangelizado pelo Pe. Renato Chiera, “sentindo o amor de Deus” na sua vida:
“Através do meu testemunho de vida, de me manter na caminhada com Deus, consegue levar para eles uma esperança de vida, daqueles que trabalham no papelão ou se encontram nas drogas. Hoje ajudei muitos irmãos a se recuperarem, sendo a inspiração da ressureição pra eles. Hoje eu sou um milagre vivo do testemunho do amor de Deus.”
Renata Barros também foi resgatada pelo amor de Deus e pela Casa do Menor e hoje ocupa o cargo de vice-presidente da entidade no Rio de Janeiro, é assistente social e mãe. Ela se emocionou em entrevista ao Vatican News ao contar sobre a sua história, a passagem pelo orfanato, os preconceitos por ser negra, a acolhida em um convento até ser recebida pelo Pe. Renato Chiera, “anjo que Deus colocou” na sua vida:
“Eu cheguei na Casa do Menor machucada, de uma violência corporal muito grande, e me acolheram e me amaram como minha casa e minha família. E ali eu cresci, me profissionalizei, me formei e hoje me doo para a obra. E eu me emociono e me emociono até hoje ouvindo histórias como do Carlos, porque é um ato de amor de Deus concreto, não só na vida dele, mas na minha.”
A presidente da Casa do Menor, Lúcia da Silva, também falou da importância do Pe. Renato na vida dela:
“O Pe. Renato chegou na minha paróquia e eu era adolescente. Um ano depois, meu pai faleceu e, pra mim, foi uma referência de pa: eu olhava para ele e dizia que queria ser igual, viver da mesma forma. E se hoje eu tenho 26 anos de Vida Consagrada, foi olhando o exemplo dele, doando a vida para os outros. Desde que acorda até quando vai dormir ele vive pensando nos outros. Ele ensinou para a gente que no outro está Jesus.”
Dois brasileiros almoçam com o Papa no domingo
As atividades do Jubileu dos Pobres, que deve reunir cerca de 10 mil pessoas em Roma, serão encerradas com o tradicional almoço na Sala Paulo VI. Entre os 1300 convidados, provenientes de associações de caridade de dioceses de várias partes do mundo, estarão duas pessoas assistidas por um projeto social da Comunidade Católica Shalom. José Marques, de 53 anos, e Alexandre Peres, de 49, viveram em situação de rua em Fortaleza/CE e foram acolhidos na Casa São Francisco. O local oferece tratamento, acompanhamento espiritual e formação humana para homens em processo de recuperação da dependência química e reinserção social. José, que foi morador de rua, hoje trabalha na Casa de Itapipoca, também da Comunidade Shalom. Alexandre, após um ano de tratamento e reintegração social, conquistou autonomia com trabalho e independência financeira, conseguindo custear a própria viagem para Roma, onde viverá a experiência de fé junto ao Papa e à Igreja.
A participação da comunidade no Jubileu dos Pobres faz parte do Projeto Shalom para os Pobres, que tem como intercessoras Santa Dulce dos Pobres e Santa Teresa de Calcutá. Tanto que, de Salvador, um grupo com outros cinco assistidos das Casas de Promoção Humana da Comunidade Shalom também participam das atividades jubilares, representando centenas de pessoas beneficiadas pelos projetos sociais da Igreja Católica no Brasil, além de divulgar a devoção a Santa Dulce dos Pobres, já que está prevista a entrega da imagem da santa ao Pontífice no domingo (16/11).
O IX Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco em 2016, tem como objetivo despertar na Igreja um olhar de compaixão e solidariedade para com os mais necessitados. Neste ano, o tema é “Tu és a minha esperança” (Sl 71,5). Em mensagem a edição de 2026, Leão XIV lembrou que “a pior pobreza é não conhecer Deus” e convidou os fiéis a oferecer aos pobres não apenas ajuda material, mas também amizade, escuta e um caminho de fé.
Fonte: Vatican News
