
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ator Wagner Moura, protagonista do filme “O Agente Secreto”, afirma que já está se preparando para a campanha do filme ao Oscar, premiação na qual ele pode ser indicado ao prêmio de melhor ator.
“É um filme sobre um homem que resolve se manter fiel a seus valores quando tudo que está em volta dele diz o contrário”, afirmou o artista, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo. “Conversei com Waltinho [Walter Salles], com aquela sabedoria dele que me orienta muito. Falei também com Nanda [Fernanda Torres]. Estou com gás para a campanha.”
Dirigido por Kleber Mendonça Filho, “O Agente Secreto” é um thriller que se passa em dois tempos, mas a ação principal acontece em 1977, durante a ditadura militar. No tempo atual, duas pesquisadoras ouvem fitas cassetes com conversas gravadas dos personagens daquela época e tentam desvendar o destino de Marcelo, personagem de Wagner Moura que chega a Recife dirigindo um Fusca amarelo no meio de um carnaval.
Em Recife, Marcelo se junta a um grupo de refugiados após ser ameaçado de morte por um empresário ligado ao governo. Com outra identidade, ele busca respostas do seu passado e luta para sobreviver. A produção foi a escolhida do país para tentar vaga no Oscar 2026.
Em maio, Mendonça Filho saiu vencedor do Festival de Cannes, com o troféu de melhor direção pelo filme, e Moura foi laureado no mesmo evento com a premiação de melhor ator, consagrações que atraíram ainda mais atenção internacional para o longa.
Durante a entrevista com a jornalista Maju Coutinho, Moura relembrou o capitão Nascimento, protagonista do filme “Tropa de Elite”, um de seus principais papéis no cinema.
“Convivi com muitos homens do Bope. Eles eram íntegros e acreditavam que faziam algo importante para o país.” O personagem é relembrado pouco tempo após uma operação da polícia ter deixado 121 pessoas mortas nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Para alguns espectadores, o filme naturaliza a violência policial.
“As pessoas podem interpretar o personagem da forma que quiserem”, afirma o ator. “Mas não podemos normalizar haver 121 corpos de pessoas mortas no chão, isso é uma loucura, uma maluquice.”
Ele falou ainda sobre “Last Night At The Lobster”, primeiro filme que dirige nos Estados Unidos. Além de assinar a direção, ele também atua no longa. “É um filme típico de Natal americano. Essa magia não vem do céu, mas sim das pessoas.”
Fonte: Notícias ao Minuto




