Um encontro que tem como marco os 75 anos da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), e os 50 anos da independência do país sede.
Padre Modino – Cabo Verde
Gerar espaços de encontro é um dos grandes desafios que a humanidade enfrenta no tempo atual. Nesse contexto, a língua pode ser considerada um instrumento que potencializa essas dinâmicas. Daí a importância da 4ª Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE2025), que se realiza na Universidade de Cabo Verde, na cidade de Praia, capital do país, nos dias 11 e 12 de novembro de 2025.
Um encontro que tem como marco os 75 anos da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), e os 50 anos da independência do país sede. O objetivo é celebrar os valores da cooperação, dos direitos humanos e da cidadania, e contribuir também para estreitar a colaboração entre dois espaços linguísticos: o espanhol e o português.
Realizar o CILPE 2025 em Cabo Verde, um encontro que busca fomentar os valores da cooperação, dos direitos humanos e da cidadania, tem um valor simbólico destacado, dado que ajuda a “promover a aproximação e a convergência entre continentes que partilham laços históricos, culturais e linguísticos, e reforçar a importância das línguas no desenvolvimento sustentável e na valorização da diversidade cultural”, segundo os organizadores.
Cardeal Tolentino
Nesse sentido, o secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero, que define o organismo que representa como um espaço de concórdia, ressalta que “a promoção e o reforço das nossas línguas significam mais capacidade para seus falantes se fazerem ouvir e exprimirem os seus desejos e sonhos no contexto global. As CILPE são espaços de encontro e conexão”. Não podemos esquecer a importância da promoção do multilinguismo e da interculturalidade como ferramentas para construir uma cidadania mais inclusiva, consciente e global.
Do CILPE participa a Santa Sé através do Programa Construindo Pontes, contando com a presença do prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, cardeal José Tolentino de Mendonça, e da secretária da Pontifícia Comissão para América Latina, Emilce Cuda.
O cardeal português destaca a importância de o congresso ser realizado em Cabo Verde, um país marcado por “um espírito de transformação, de reconciliação e de perdão”, onde seu povo está muito marcado pela “sabedoria do perdão, do encontro”, que tem levado a “construir uma sociedade verdadeiramente fraterna, de interajuda, de diálogo”.
Celebração Eucarística
Nessa dinâmica, o cardeal destaca a influência do espírito do cristianismo, o espírito do Evangelho, “uma das raízes fortes do povo caboverdiano”, um país com grande contribuição no campo da cultura. Ele ressaltou o papel da educação como “instrumento muito importante para a construção da identidade”, algo que comprovou nas visitas à universidade e a um colégio local. Tolentino recordou as palavras de Papa Leão XIV, que define a educação como “uma constatação da esperança para as nossas sociedades”, o que faz das escolas algo precioso.
Um congresso que é de grande importância para Cabo Verde, segundo reconheceu o Primeiro-Ministro do país, Ulisses Correia e Silva, que recebeu em audiência a delegação vaticana, formada pelo cardeal Tolentino e Emilce Cuda, para depois receber a representação da OEI, Mariano Jabonero e Ana Paula Laborinho, diretora-geral do Multilinguismo e da Promoção da Língua Portuguesa e Espanhola e diretora do Escritório da OEI Portugal. Um encontro que foi oportunidade para reconhecer a importância da parceria entre Cabo Verde e a Santa Sé, especialmente no campo da cultura e da educação, na busca de caminhos que, sustentados na inteligência social, ajudam na construção de um melhor futuro para a humanidade.
Fonte: Vatican News
