
O PT deverá reforçar a pressão pela criação do Ministério da Segurança Pública em um seminário sobre o tema que promoverá nos dias 1º e 2 de dezembro no Rio de Janeiro.
O partido sabe que é improvável que a pasta saia do papel ainda neste mandato, então mira no próximo, em caso de reeleição de Lula.
“Eu defendo que temos de criar, não dá para um tema que fica atrás apenas da saúde em importância para as pessoas, segundo as pesquisas, não ter um ministério próprio”, diz o presidente do partido, Edinho Silva.
O Ministério da Segurança Pública foi promessa de campanha de Lula em 2022, mas nunca colocado em prática, sobretudo por causa da resistência dos dois ministros da Justiça do atual governo: Flávio Dino e agora Ricardo Lewandowski.
Ambos exigiram que a área fosse unificada com a da Justiça para aceitarem o cargo. Com a perspectiva de Lewandowski sair ao final do atual governo, este empecilho desapareceria.
A ideia de recriar a pasta da Segurança, que existiu durante o governo Michel Temer (2016-18), tem amplo apoio no PT
Segundo Edinho, a pasta da Justiça tem tarefas demais, e a atenção para a segurança acaba ficando dispersa.
“Acaba que essa área importantíssima fica diluída dentro dos outros temas da Justiça, como imigração, direitos difusos, relação com os demais Poderes, entre outros”, diz o presidente do partido.
Ele afirma que a ideia de realizar o seminário e o local escolhido já estavam definidos antes do episódio nas favelas da Penha e Alemão, na semana passada. “Claro que agora isso ganha outro significado”, diz.
Embora o governo Lula esteja adotando cautela ao comentar a operação policial, o presidente do PT faz crítica aberta ao caso.
“O precedente é muito grave. Aqueles que aplaudem a chacina dos filhos dos outros também podem ser as próximas vítimas. Se a polícia tem autorização para matar, esse poder não pode ser banalizado. A lei precisa ser cumprida, ou toda a sociedade estará exposta à mesma ilegalidade”, declarou.
Ele acrescenta que as ações que mostram enfrentamento ao problema ganham a opinião pública, “por mais que não signifiquem efetividade contra a estrutura do crime”.
“O crime organizado só será derrotado com inteligência e a articulação entre as forças policiais dos entes federados, como aconteceu na operação Carbono Oculto”, declarou, em referência à ação da Policia Federal em São Paulo contra o PCC.
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