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Com Lucinha Araújo no júri, concurso irá dizer quem é o melhor intérprete de Cazuza


ANAHI MARTINHO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Aos 89 anos, Lucinha Araújo está a todo vapor. Mãe de Cazuza e fundadora da Sociedade Viva Cazuza, entidade que atua no combate contra a Aids, se prepara para uma nova missão. A filantropa será jurada em um concurso de intérpretes do filho.

O concurso, promovido pela escola de música School of Rock em parceria com a PUC-RJ e com a Sociedade Viva Cazuza, terá ainda os músicos Charles Gavin e Guto Goffi como jurados. O trio vai avaliar os alunos e eleger o melhor intérprete das canções de Cazuza. O vencedor ganha uma bolsa de estudos e um teclado Roland.

Lucinha está contente com a iniciativa, que vê como mais uma oportunidade de manter vivo o legado do filho e e espalhá-lo entre as novas gerações. “Achei ótimo, dou a maior força”, diz, em entrevista à reportagem. “Os meninos de hoje estão conhecendo Cazuza muito melhor do que eu pensei que fossem. É impressionante”, diz. “Mas coisa boa, a gente não esquece. Eu sou coruja, mesmo”, se diverte.

Entusiasmada com o quanto a juventude atual ainda celebra o artista, que morreu em 1990, Lucinha sente que cumpriu seu papel como mãe e guardiã do legado do filho. “Enquanto eu estiver viva, eles vão lembrar do Cazuza, nem que eu saia pela rua gritando”, diz.
Entre seus critérios de avaliação para o concurso, ela afirma que é preciso ter, em primeiro lugar, atitude. “Tem que ter ritmo, atitude e alguma coisa legal, diferente, algo para agradar. Não é só voz, é um conjunto de coisas. Saber escolher o repertório é muito importante.”
“Igual ao Cazuza, não vai existir. O Cazuza foi único”, pondera. “Mas é claro que existem muitos jovens talentosos, estou brincando.”

‘A AIDS SAIU DE MODA’
Durante 35 anos, Lucinha esteve à frente da Sociedade Viva Cazuza, fundada por ela, que assistia crianças e adultos com HIV. Há dois anos, no entanto, encerrou as atividades com crianças e se afastou do dia a dia do instituto. “Não nascem mais crianças com HIV, então acabou o motivo da minha permanência ali”, explica.

Hoje, a entidade atende ainda 250 adultos que recebem cestas básicas e medicamentos semanalmente. “A Aids saiu de moda, ainda bem”, diz, sobre a doença que vitimou o filho e centenas de milhares de brasileiros na década de 1980.

Em maio deste ano, Lucinha assistiu, sentada ao lado de Ney Matogrosso no cinema, à estreia de “Homem com H”. “Não amei, mas gostei”, diz. Para uma mãe coruja, como ela mesma se define, o retrato de Cazuza no longa, feito pelo ator Jullio Reis, deixou a desejar na parte musical.

“Ele quase não canta no filme, são mais diálogos. Mas achei bem feito, achei bonito. Foi uma boa interpretação, meninos ótimos, todos bons atores.”

VIVA CAZUZA

Há doze anos, Lucinha perdeu o marido, o produtor musical João Araújo, e a sobrinha Fabiana Araújo passou a morar com ela. “Nós somos uma dupla”, diz. “Sozinha, com 89 anos, seria difícil eu fazer tudo. E ela tem o mesmo gosto que eu”.

Em 2026, Cazuza será o homenageado do Prêmio da Música Brasileira. Foi escolhido por unanimidade em conselho com Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Zélia Duncan, Karol Conká e Zé Mauricio Machline.

E ainda em 2025, será tema de um documentário feito pela Conspiração Filmes, com depoimento de Lucinha, que chega aos streamings no dia 1o de dezembro, dia mundial da luta contra a Aids. O cantor ganhou ainda uma exposição que passou pelo Rio e chega a São Paulo em dezembro.

“Enquanto eu tiver voz, vou poder gritar Viva Cazuza para sempre. E depois, a minha sobrinha, enquanto estiver viva, também vai fazer lembrarem dele. Que coisa boa é viver eternamente”, diz.


Fonte: Notícias ao Minuto

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