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116 jornalistas mortos desde o início da invasão russa da Ucrânia – Vatican News

Em 2 de novembro, foi celebrado o 2 de novembro como o Dia Internacional para o Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas. Entre 2006 e 2025, de acordo com o UNESCO Observatory of Killed Journalists (“Observatório de Jornalistas Assassinados da UNESCO”), mais de 1.800 jornalistas foram mortos em todo o mundo, com cerca de nove em cada dez casos destes assassinatos permanecendo sem solução judicial.

Vatican News

“Permiti-me, então, que hoje reitere a solidariedade da Igreja para com os jornalistas presos por terem procurado relatar a verdade, e que, com estas palavras, peça a libertação desses jornalistas que se encontram na prisão. A Igreja reconhece nestes testemunhos – penso naqueles que narram a guerra mesmo à custa da própria vida – a coragem de quem defende a dignidade, a justiça e o direito dos povos a serem informados, porque só os povos informados podem fazer escolhas livres. O sofrimento destes jornalistas presos interpela a consciência das nações e da comunidade internacional, chamando-nos a todos a salvaguardar o bem precioso da liberdade de expressão e de imprensa. (Papa Leão XIV aos jornalistas)”

Em dezembro de 2013, a Assembleia Geral da ONU adotou a Resolução A/RES/68/163 sobre a segurança dos jornalistas e a questão da impunidade, reconhecendo que o exercício da profissão jornalística frequentemente expõe os profissionais a riscos acrescidos de intimidação, assédio e violência. Ao proclamar o dia 2 de novembro como o Dia Internacional para o Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, a Assembleia Geral condenou inequivocamente todos os ataques e atos de violência contra jornalistas e profissionais da comunicação social, e apelou à criação de um ambiente seguro e favorável, que lhes permita exercer as suas funções com independência e sem interferências indevidas. 

Não obstante a iniciativa, a violência contra os profissionais da comunicação parece não ter fim, especialmente em regiões conflagradas. Entre 2006 e 2025, de acordo com o UNESCO Observatory of Killed Journalists (“Observatório de Jornalistas Assassinados da UNESCO”), mais de 1.800 jornalistas foram mortos em todo o mundo, com cerca de nove em cada dez casos destes assassinatos permanecendo sem solução judicial.

116 jornalistas mortos desde o início da invasão russa

 

Segundo o Ministério da Cultura da Ucrânia, desde que a Rússia iniciou a invasão em larga escala do país em 24 de fevereiro de 2022, 116 jornalistas foram mortos, enquanto 26 permanecem em cativeiro. Assim, as forças russas têm matado e capturado jornalistas, violando o direito internacional humanitário e a Convenção de Genebra para a Proteção de Civis em Tempo de Guerra, denuncia Kiev.

O total de 116 jornalistas mortos inclui também aqueles que se alistaram no exército após o início da invasão. Dezoito jornalistas morreram no exercício de suas funções profissionais, segundo o Ministério da Cultura.

O Comitê Nacional da Ucrânia para a Cooperação com a UNESCO condenou a detenção ilegal, a tortura e o assassinato de jornalistas, bem como as campanhas de desinformação, o assédio e a violência de gênero no ciberespaço, incluindo assédio on-line, cyberbullying e violações de dados, contra jornalistas ucranianos. O comitê instou a comunidade internacional a prestar atenção aos “crimes sistemáticos da Rússia contra profissionais da mídia ucranianos”.

Um recente ataque de drone russo matou a jornalista Olena Hramova e o cinegrafista Yevhen Karmazin, da Freedom TV, em 23 de outubro, na cidade de Kramatorsk, região de Donetsk. De acordo com um relatório do Instituto de Informação de Massa, de 7 de outubro, a Rússia cometeu 848 crimes contra jornalistas e veículos de comunicação na Ucrânia durante a invasão em larga escala que já dura três anos e meio.

O que aconteceu com a jornalista Victoria Roshchyna em cativeiro? “A última tarefa de Victoria”.

Em 7 de agosto, as autoridades ucranianas haviam anunciado a abertura de uma investigação contra o diretor da prisão de Taganrog, na Rússia, por seu envolvimento na tortura da jornalista ucraniana Victoria Roshchyna. A prisão de Taganrog foi o último local conhecido onde a repórter esteve detida antes de sua morte em cativeiro, em 2024.  A repórter, de 27 anos, foi capturada pela Rússia em agosto de 2023, enquanto trabalhava nos territórios ocupados, onde procurava documentar a violência infligida nas prisões secretas onde 16.000 opositores, políticos e jornalistas ucranianos acusados ​​de resistência estão detidos.

Ela foi presa em Enerhodar, no Oblast da usina nuclear de Zaporizhzhja, sendo transferida para a Rússia, onde permaneceu até sua morte. Somente em maio de 2024 a Rússia admitiu tê-la prendido. Poucos meses depois, em 10 de outubro, a Ucrânia confirmou sua morte sob custódia russa.

Em fevereiro de 2025, a Rússia devolveu os corpos de 757 prisioneiros de guerra à Ucrânia. Entre eles estava o de Roshchyna, erroneamente identificado em documentos russos como um “homem não identificado” e marcado com o número 757 e a inscrição СПАС (Spas), sigla para “insuficiência cardíaca” em russo. Seu corpo, com sinais de tortura, estava sem cérebro, olhos e laringe, de acordo com uma investigação de um grupo de jornais internacionais.

A Ucrânia e a Rússia ocupam, respectivamente, o 62º e o 171º lugar entre 180 países e territórios no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa da Repórteres sem Fronteiras (RSF) de 2025.


Fonte: Vatican News

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