
O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil), anunciou nesta quarta-feira (29) que irá “reorganizar e modernizar” a infraestrutura de segurança da sede física do parlamento e avisou que pretende se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), para construir um projeto em comum.
A fala de Alcolumbre ocorreu horas depois de um episódio envolvendo o senador Eduardo Braga (MDB), relator da medida provisória do governo federal para conter custos de energia. Ao sair da reunião da comissão que tratou da MP, o político foi abordado por um pequeno grupo de homens que protestavam contra as alterações no texto ao mesmo tempo em que utilizavam os celulares para gravar a reação do senador. A situação gerou um breve bate-boca entre eles.
“Você está afetando os pequenos. Muitas empresas vão perder negócio”, disse um dos manifestantes ao senador. Braga retrucou e saiu caminhando pelo corredor.
Mais tarde, em nota, Braga afirmou que “foi agredido verbalmente por lobistas com falsas acusações”. “O senador reafirma o seu compromisso com a manutenção de empregos em todos os segmentos envolvidos e tem sido reconhecido por várias associações de energia renovável”, continua a nota.
Braga também afirmou que “lamenta o episódio e aguarda as investigações do Senado”.
Ao abrir a sessão plenária, Alcolumbre falou sobre o caso de Braga e acrescentou que algo semelhante teria ocorrido há pouco tempo com um deputado federal. Segundo ele, isso teria o motivado a resgatar uma ideia de aperfeiçoamento da segurança da Casa que vem desde 2019.
“Sempre tive uma preocupação em adequar as questões relacionadas à segurança, não só do patrimônio, mas também da integridade de todos aqueles que nos visitam, servidores, colaboradores. Sempre que viajo pelo mundo, em agendas oficiais, visitando parlamentos de outros países, vejo que há um aperfeiçoamento na infraestrutura”, iniciou ele.
Alcolumbre não deu detalhes do que pretende fazer, mas disse que “está na hora de fazermos um debate sobre este aparato todo, para reorganizamos, por exemplo, a entrada e a chegada das pessoas na chapelaria [como é conhecida a entrada principal do Congresso Nacional]”.
O presidente reclamou do “fluxo da entrada” e disse que há “pessoas esperando na chapelaria para agredir e ofender parlamentares”. “Não está normal. Tem todo tipo de gente, é uma confusão”, afirmou ele.
“A gente percebe que há em outros prédios públicos um sistema de segurança mais robusto que infelizmente não temos aqui. Vou pedir uma reunião com Motta para pensarmos em aperfeiçoamento das cancelas, das guaritas, dos instrumentos. Identificação facial, da digital, tudo que tiver de mais moderno. O Congresso é muito grande, tem muitas entradas”, continuou Alcolumbre.
Sobre o caso de Braga, Alcolumbre classificou o episódio como “um ato covarde de agressão”. “A Casa do Povo precisa estar de portas abertas para todos aqueles que queiram vir colaborar e construir um país melhor. Mas não para aqueles que insistem em agredir e ofender aqueles que estão cumprindo com suas obrigações, e foram legitimamente eleitos”, disse ele.
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