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União Brasil abre processo de expulsão contra Sabino após ministro decidir ficar no governo Lula

O comando nacional do União Brasil decidiu punir Celso Sabino nesta quarta-feira (8) em função da permanência dele no governo Lula, no qual ocupa a pasta do Turismo. O partido anunciou no mês passado o desembarque da gestão petista.

A legenda abiu um processo de expulsão, com envio do caso ao Conselho de Ética, para análise em 60 dias; dissolveu o diretório do Pará, controlado por Sabino; e afastou-o de toda atividade partidária. Ele era integrante da executiva nacional e do diretório nacional.

A decisão pela punição ocorreu durante uma reunião realizada nesta manhã, com membros da executiva nacional do União Brasil convocados pelo presidente da legenda, Antônio Rueda.

Sabino participou da reunião e disse em entrevista à imprensa que decidiu permanecer no governo Lula, sob a justificativa de que se envolveu pessoalmente com a COP30 e que não pode abandonar sua pasta agora, faltando poucos dias para a realização do evento. Sua base eleitoral, o Pará, é sede do encontro diplomático.

“Estamos a 30 dias da COP30, maior reunião diplomática do mundo. Não é oportuno que haja uma interrupção no trabalho. Vou permanecer pelo bem do povo do Pará, pela COP30”, disse ele.

Também afirmou que entende que o atual governo representa hoje o melhor projeto para o país e que deve sair candidato nas eleições de 2026, quando deverá deixar a Esplanada e voltar para o Legislativo, em função da obrigatoriedade de desincompatibilização.

Disse ainda que o União Brasil tomou decisões equivocadas e que os partidos precisam atender aos interesses da população. Ele afirmou que vai apresentar sua defesa ao Conselho de Ética e que acredita que conseguirá convencer correligionários de que o União Brasil pode apoiar o governo Lula.

Presente na reunião, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), pré-candidato ao Planalto, disse que Sabino faz o jogo do PT e se comporta como traidor.

“Se ele quiser ficar no governo mesmo, é uma imoralidade ímpar. Soldado do Lula e soldado do União Brasil? Como é isso? É uma condição que não pode ser admitida”, disse Caiado, antes de entrar na reunião.

Ao sair do encontro, Caiado voltou a atacar Sabino e afirmou que o partido “não aceitará essas posições dúbias”. “O objetivo dele é fomentar a tese de que o partido não tem identidade, que pode ser tanto oposição quanto governo. Ele está cumprindo uma tarefa que Lula impõe, sem o menor respeito pelo partido no qual está filiado”, disse ele.

Sobre as declarações do correligionário, Sabino respondeu com ironia. “Quando ele [Caiado] atingir um e meio nas pesquisas eu respondo ele”.

“Ele se coloca como um excelente quinta coluna, um traidor, que está ali para atirar nas costas do partido. Mas o partido não vai se submeter a este jogo rasteiro dele. Tem o que a gente chama na vida política de caráter líquido. Ele toma a forma do frasco. Ele tomou a forma do frasco do PT”, continuou Caiado.

Além de Sabino, o PP também comunicou nesta quarta que o ministro do Esporte, André Fufuca, foi afastado das decisões partidárias, da vice-presidência nacional do partido e da presidência da sigla no Maranhão. A punição ocorreu pela resistência de Fufuca em deixar o ministério.

“O partido reitera o posicionamento de que não faz e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática”, justificou o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), em nota.

Sabino é deputado federal pelo Pará e se licenciou do mandato em 2023 para ocupar a cadeira de ministro do Turismo na gestão petista, no lugar de Daniela Carneiro.


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