
Leão XIV recebeu alguns membros do Órgão Consultivo Internacional da Juventude, do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. Em seu discurso preparado e entregue, ele os exorta a serem porta-vozes de seus coetâneos, especialmente aqueles que não têm acesso às mesmas oportunidades educacionais. Por fim, os convida a serem “mestres de criatividade e coragem”.
Mariangela Jaguraba – Vatican News
O Papa Leão XIV recebeu em audiência, na Sala dos Papas, no Vaticano, nesta sexta-feira (31/10), os membros do Órgão Consultivo Internacional da Juventude (International Youth Advisory Body), ligado ao Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.
O Órgão Consultivo Internacional da Juventude tem como objetivo levar ao conhecimento da Santa Sé o “ponto de vista dos jovens” sobre vários temas que estão no centro da missão da Igreja. O Santo Padre não leu o discurso preparado, mas o entregou aos membros do organismo, agradecendo-lhes pela “disponibilidade e compromisso de diálogo e reflexão juntos, a fim de oferecer sua contribuição aos colaboradores do Papa na Cúria Romana”.
Segundo o texto escrito, o Santo Padre fez três breves reflexões sobre a participação, sinodalidade e missão.
Participação
Em relação à participação, Leão XIV escreve que os membros do organismo são chamados a se sentirem “participantes da vida e da missão da Igreja“, que como eles bem sabem “é uma missão universal, ou seja, dirigida a todos os homens e mulheres, de todas as áreas geográficas, de todas as culturas e condições sociais“. Segundo o Pontífice, a autêntica participação eclesial “nasce da proximidade com o Coração de Cristo, ou seja, tem uma raiz espiritual, não ideológica ou política“.
“Quem está próximo a Jesus, começa a sentir como Ele sente, começa a levar no coração o mundo inteiro”, escreve o Papa, ressaltando que a pessoa madura “sabe partilhar os problemas dos outros e os torna seus”. Isso é “um sinal de maturidade humana e espiritual”, ressaslta.
Sinodalidade
“A Sinodalidade é um dos modos de implementar a natureza da Igreja, que é comunhão. A imagem da Santíssima Trindade, também a Igreja é comunhão de pessoas: fiéis de todas as idades, línguas e nacionalidades que caminham juntos, que se enriquecem mutuamente, que partilham os bens espirituais próprios de cada um”, sublinha.
“Na Igreja sinodal, portanto, queremos ouvir o que o Espírito Santo diz aos jovens, queremos acolher os seus carismas, os dons específicos da sua idade e da sua sensibilidade”, escreve ainda o Papa Leão.
De acordo com o Papa, “na Igreja sinodal, os jovens também são chamados a ser porta-vozes de seus coetâneos”.
O Papa escreve ainda que “a Igreja sinodal também é um desafio para os jovens, uma provocação, poderíamos dizer, porque os impele a não viverem a fé isoladamente”. Leão XIV recorda que “nos últimos anos, muitos jovens se aproximaram da fé através das redes sociais, por meio de programas de sucesso e testemunhos cristãos on-line de grande popularidade”.
Porém, alerta para o “risco de a fé conhecida on-line permanecer uma experiência puramente individual, que proporciona segurança intelectual e emocional, mas nunca se torna corpórea”. Uma fé “desencarnada, ou seja, dissociada do corpo eclesial, não vivida com os outros, na concretude das situações da vida, das relações e da partilha real”.
Missão
A propósito da missão, Leão XIV frisa que “a sinodalidade, quando autêntica, conduz à missão”.
Segundo o Santo Padre, os jovens terão modo de experimentar “como a oração comum, a escuta e a conversa ajudam a compreender como tornar o Evangelho presente no mundo de hoje. Este é o discernimento eclesial para a missão: compreender, em cada época, como levar o Evangelho a todos”.
Isso exige dos jovens, “um coração disposto a escutar tanto as “inspirações” do Espírito quanto as profundas “aspirações” de cada pessoa”. “Um coração aberto ao chamado de Deus e não fixado em seus próprios planos”, ressalta ainda Leão XIV, destacando que “a perspectiva da missão também exige liberdade do medo, porque o Senhor ama nos chamar para trilhar novos caminhos”. E os jovens, podem ser, nesse sentido, mestres da criatividade e coragem”, conclui o Papa.
Fonte: Vatican News

