
A Paróquia de São João de Deus, na arquidiocese de Nampula (norte de Moçambique), celebrou no 26º domingo do Tempo Comum a elevação do Grupo de Oração São Ponciano à categoria de Comunidade. O Padre Alberto Tchindemba sublinhou o pecado da indiferença, a importância da partilha e da abertura das portas da fé aos mais necessitados.
Cremildo Alexandre – Nampula, Moçambique
A Paróquia de São João de Deus, Arquidiocese de Nampula, viveu um momento histórico com a elevação do Grupo de Oração São Ponciano à categoria de Comunidade, numa cerimónia que reuniu sacerdotes, consagrados, fiéis, crianças, jovens e autoridades locais.
O acto litúrgico foi presidido pelo Padre Alberto Tchindemba, pároco da paróquia, com co-celebração do Padre Cantifula de Castro, e ocorreu na capela ainda em construção, que ficou totalmente cheia, com alguns fiéis acompanhando a Missa do lado de fora.
Na homilia, o Padre Tchindemba destacou o pecado da indiferença, exemplificando com a parábola de Lázaro e o rico, do Evangelho de São Lucas:
“O problema não é a riqueza, mas a porta fechada aos que sofrem. Precisamos abrir os nossos corações e partilhar aquilo que temos. Cada um tem um Lázaro à sua porta”, afirmou, apelando à solidariedade e à prática da caridade em todas as dimensões da vida comunitária.
O sacerdote reforçou a necessidade da comunhão e da participação activa de todos, lembrando que a nova comunidade deve caminhar em unidade com a comunidade mãe, São Simão, com a paróquia e com a diocese.
Após a homilia, os responsáveis da nova Comunidade e dos grupos de oração receberam formalmente a posse dos seus cargos.
Os apelos finais do pároco destacaram a necessidade de boa liderança, transparência e participação activa de todos os membros, alertando contra atitudes de indiferença ou protagonismo individual.
O ancião empossado acrescentou orientações sobre disciplina, compromisso e boa conduta:
· Reforçou que a liderança não é individual, mas colectiva, baseada na transparência e responsabilidade;
· Alertou contra a presença de pessoas que frequentam a igreja apenas para serem vistas ou prejudicar a comunidade, classificando-as como “anticristos” dentro do grupo;
· Sublinhou que os membros devem apoiar os responsáveis, respeitar as metodologias de trabalho, não criar divisões internas e participar activamente de todas as actividades;
· Enfatizou que a comunidade deve ser exemplo de partilha, disciplina e crescimento espiritual, com cada membro assumindo a sua missão em Cristo.
“A responsabilidade aqui é individual. Cada um deve conhecer o outro, colaborar, rezar pelos responsáveis e contribuir para o crescimento da comunidade. Só assim a comunidade será um verdadeiro espaço de fé e serviço”, disse o ancião.
A Missa foi marcada por momentos de alegria, acção de graças e cânticos, com participação de todas as comunidades da paróquia, que testemunharam este marco na vida da Igreja local. O evento reforçou o compromisso espiritual e comunitário dos fiéis, promovendo unidade, responsabilidade e serviço dentro da nova comunidade São Ponciano.
Fonte: Vatican News

