
Concluído em Gorizia o Conselho permanente da Conferência Episcopal Italiana. No documento final, os bispos pedem veementemente que cesse toda forma de violência inaceitável contra um povo inteiro e que os reféns sejam libertados. O secretário-geral Baturi irá a Jerusalém: “A perspectiva de dois povos, dois Estados continua sendo o caminho para um futuro possível”
Vatican News
Sob o título “Que haja paz na Terra Santa”, foi divulgada esta quarta-feira, 24 de setembro, a declaração final do Conselho Episcopal permanente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), que esteve reunido estes dias em Gorizia, nordeste da Península. Os bispos pediram veementemente “o fim de todas as formas de violência inaceitável contra todo um povo em Gaza e a libertação dos reféns”. Eles também pediram “o respeito ao direito internacional humanitário, pondo fim ao exílio forçado da população palestina, atacada pela ofensiva do exército israelense e sob pressão do Hamas”.
Dois povos, dois Estados
A mensagem, lida em uma coletiva de imprensa online pelo secretário-geral, dom Giuseppe Andrea Salvatore Baturi, reiterou, mais uma vez, que “a perspectiva de dois povos, dois Estados continua sendo o caminho para um futuro possível”. Além disso, os bispos instam o governo italiano e as instituições europeias a se comprometerem concretamente a cessar as hostilidades. Acolhendo o convite do Papa Leão XIV, relançam a proposta de recitar o Terço todos os dias do próximo mês, com um momento especial no dia 11 de outubro, às 18h, na Praça São Pedro, por ocasião da Vigília do Jubileu da Espiritualidade Mariana, comemorando também o aniversário da abertura do Concílio Vaticano II. O episcopado expressa sua disposição em prestar apoio concreto àqueles que sofrem as pesadas consequências deste “massacre inútil”. Isso já acontece há mais de 30 anos, com os 145 projetos financiados pela Igreja italiana e o plano de ajuda para enfrentar a emergência em curso.
Arcebispo Baturi anuncia visita à Terra Santa
Nesse sentido, o arcebispo Baturi anunciou que viajará a Jerusalém para expressar solidariedade à Igreja local, avaliar o aumento da ajuda e preparar uma visita fraterna do episcopado italiano. “Propomos gestos eloquentes de proximidade com aqueles que sofrem e de reconciliação entre as partes. Nós também, em comunhão com o Papa Leão, desejamos nos tornar construtores de pontes”, afirma o apelo assinado com as Conferências Episcopais da Eslovênia e da Croácia: “Reafirmamos a não violência, o diálogo, a escuta e o encontro como método e estilo de fraternidade, envolvendo a todos, a começar pelos líderes dos povos e das nações, para que promovam soluções capazes de garantir segurança e dignidade para todos.”
Um documento sobre educação para a paz
Durante a coletiva de imprensa, o arcebispo Baturi também anunciou que os bispos italianos estão preparando um documento sobre educação para a paz. “A Comissão Episcopal para Assuntos Sociais, do Trabalho e da Criação”, disse ele, “vem preparando há algum tempo um documento sobre a paz, com foco particular no tema da educação para a paz.” “Para nós – acrescentou – significa estar atentos aos sinais dos tempos, às dinâmicas atuais, saber interpretá-los e vivê-los, resgatar a herança da nossa fé, apontar algumas testemunhas proféticas de paz. Forneceremos indicações concretas para o compromisso de todo o episcopado.”
Caminho sinodal continua
Sobre o Sínodo dos Bispos, dom Baturi lembrou que “a aprovação do Conselho Episcopal Permanente é importante porque agora existe um documento sinodal que deve ser submetido à votação em 25 de outubro. Esta data é alcançada com base neste documento preparado pela Comissão Sinodal em colaboração com a presidência e os órgãos da CEI. O próximo passo será também uma discussão sobre os vários territórios das comunidades diocesanas e das regiões eclesiásticas, tendo em vista a reunião de 25 de outubro, que não é a última”, especificou dom Baturi, “porque o documento final, como exige o nosso regulamento, que remonta a vários anos, será entregue aos bispos para que possam dar-lhe forma definitiva e transformar as propostas e sugestões recolhidas em resoluções, decisões e propostas pastorais. Esta é a tarefa da assembleia de novembro de 2025. Certamente será necessário – continuou o secretário-geral da CEI – também selecionar prioridades para trabalhar nos próximos anos, de modo que sejam peculiares, e esta será a tarefa que nos levará até a próxima assembleia dos bispos, a de maio de 2026. Confiamos que o trabalho realizado e a sugestão que fizemos de continuar reescrevendo, formulando e reunindo todo o material produzido nos últimos anos possam dar bons frutos.”
Fonte: Vatican News
