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52ª Assembleia Regional Norte 1 em Manaus: a sinodalidade nas igrejas locais – Vatican News


Numa Igreja sinodal, o caminhar junto se consolida com a participação de todos os batizados. Avançar nesse caminho é a proposta da 52ª Assembleia do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), que foi realizada em Manaus de 15 a 17 de setembro com mais de 70 participantes.

Vatican News

Na partilha das nove igrejas do Regional Norte 1 da CNBB se percebem esses sinais de sinodalidade, mas também alguns desafios. Não pode ser ignorado que esse é um processo que exige assimilação, um exercício de caminhar junto e viver a comunhão. Daí a necessidade de aprofundar na formação que ajude no conhecimento do Documento Final do Sínodo da Sinodalidade, de uma escuta dentro e fora dos ambientes eclesiais, que ajude a valorizar os aportes dos povos indígenas, a voz das mulheres e das juventudes, em definitiva, o protagonismo laical.

Uma Igreja que se torna testemunha quando cuida dos vulneráveis, das vítimas dos abusos e do tráfico de pessoas, dos migrantes, dos doentes, dos descartados. Uma Igreja que aposta nas pequenas comunidades, lugares de encontro, de celebração, de partilha da Palavra nos círculos bíblicos, de saída missionária, de grande diversidade de ministérios, confiados a homens e mulheres leigos. Nesse sentido, é interessante ver que áreas missionárias são confiadas a mulheres, exemplo de avanço no protagonismo feminino em espaços de decisão, elemento destacado na Igreja sinodal. Junto com isso a criação de equipes sinodais diocesanas, onde o bispo, presbíteros, religiosas e membros do laicato discernem o caminho a seguir.

Desafios a serem enfrentados

Mas também, uma Igreja que enfrenta os desafios das longas distâncias, da precariedade logística. O desafio de avançar na conversão, na escuta, no caminho ecumênico e interreligioso em vista de ações sociais e ecológicas comuns, de maior presença nos momentos de dor do povo, de maior presença nos locais mais distantes, de uma escuta real que leve ao discernimento pastoral, de viver uma espiritualidade sinodal no dia a dia. Essa Igreja sinodal enfrenta os desafios da pastoral urbana ou do mundo digital, onde esse caminhar junto resulta mais complicado.

Para acompanhar a vida das comunidades, das paróquias, das igrejas locais, o Seminário São José da arquidiocese de Manaus, um sinal de sinodalidade, forma padres para a Amazônia. 47 jovens chegados das diversas igrejas locais são acompanhados pela equipe formativa, que ajudam a descobrir os elementos próprios que devem configurar a vida dos futuros presbíteros. Um sinal de sinodalidade que também pode ser percebido no Tribunal Eclesiástico, que presta um serviço às nove igrejas locais e tem como prioridade ser um espaço de escuta.

Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora

Uma escuta presente na construção das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil, um caminho iniciado em 2022, enriquecido com o Sínodo da Sinodalidade e com os aportes de muitos atores, também do Regional Norte 1 da CNBB. Se busca construir um verdadeiro instrumento de comunhão e ação evangelizadora em continuidade com o Sínodo da Sinodalidade. A assembleia do Regional Norte 1 está sendo oportunidade para aportar elementos presentes nas igrejas locais, que ajudem a concretizar as três conversões necessárias que propõe o Sínodo: das relações, dos processos e dos vínculos.

Os participantes da assembleia destacam a necessidade de uma evangelização sinodal, que tem como base uma espiritualidade encarnada e a escuta do Espírito Santo e promove uma formação integral, que abrange todas as dimensões, com comunidades que anunciam e defendem a vida. Junto com isso a caridade pastoral, a escuta, diálogo e conversação espiritual. Se faz necessário acolher, uma conversão das relações a partir da missão, que tem como base o batismo, que deve ajudar no protagonismo laical, no incentivo da ministerialidade e na presença de mulheres em espaços de decisão, também em instâncias maiores. Isso porque a missão é de todo o Povo de Deus.

Comunidade como expressão da vida eclesial

O desafio é fazer realidade uma Igreja mais sinodal do que sacramental, que demanda rever os processos de acompanhamento e uma formação sinodal gerando uma pertença eclesial que se concretiza na vida em comunidade. O discernimento em todas as dimensões possibilita avançar no caminho da sinodalidade. A opção por Jesus deve ser entendida como base de todo processo, algo que se faz presente na Iniciação à Vida Cristã e na família, base de toda a realidade.

Assumir a dinâmica da inculturação e da interculturalidade se torna uma necessidade, assim como o diálogo com as novas expressões juvenis. A Palavra de Deus deve ser colocada no centro, como fundamento da espiritualidade bíblica e de uma Liturgia comprometida com a vida e com a ecologia integral. Tudo isso em comunidade, em vista de fortalecer a comunhão, para entender que a missão tem que levar em consideração a diversidade de cada lugar.


Fonte: Vatican News

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