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Leão XIV: atenção aos sinais dos tempos, servir os irmãos em suas necessidades | ARQFOR

O Papa encontra os participantes de vários Capítulos Gerais e Assembleias – Foto: divulgação

“A obediência, em seu significado mais profundo de escuta ativa e generosa do outro, é um grande ato de amor”, disse o Papa ao receber os participantes dos Capítulos Gerais e Assembleias dos Missionários do Preciosíssimo Sangue, da Sociedade de Maria, dos Frades Franciscanos da Imaculada e das Ursulinas de Maria Imaculada, convidando-os a reconhecer “na indigência do próximo a voz de Deus”.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Leão XIV recebeu em audiência, nesta quinta-feira (18/09), no Vaticano, os participantes dos Capítulos Gerais e Assembleias de várias Congregações e Institutos. São eles: os Missionários do Preciosíssimo Sangue, a Sociedade de Maria (Maristas), os Frades Franciscanos da Imaculada e as Ursulinas de Maria Imaculada.

Saúdo a Superiora e os Superiores Gerais presentes e todos vocês, engajados nestes dias num trabalho de escuta e discernimento. Algumas de suas Congregações são eletivas, e também isso é um grande dom para a Igreja e uma grande responsabilidade, que confiamos juntos ao Senhor.

Citando um trecho da Exortação Apostólica sobre a Vida Consagrada de São João Paulo II, Leão XIV enfatizou que o testemunho desses Institutos “é esplêndido e variado, que reflete a multiplicidade de dons concedidos por Deus a fundadores e fundadoras que, abertos à ação do Espírito Santo, souberam interpretar os sinais dos tempos e responder de modo iluminado às necessidades que gradualmente surgiram”.

O Pontífice recordou que “no século XVII, Brígida de Jesus Morello, por meio da educação das jovens, numa época em que a sociedade nem sempre reconhecia plenamente seu valor, iniciou uma obra de promoção da mulher que daria muitos frutos no futuro”. “Da mesma forma, dois séculos depois”, sublinhou o Papa, “São Gaspar del Búfalo, em Roma, por meio de missões populares e da difusão da devoção ao Sangue de Cristo, comprometeu-se em combater o espírito desenfreado de “impiedade e irreligião” que afligia sua época”. “O padre Jean-Claude Colin fez algo semelhante na França, inspirando-se em seu apostolado ao espírito de humildade e escondimento de Maria de Nazaré. Por fim, na década de 1990, seguindo as pegadas de São Francisco e São Maximiliano Kolbe, foram fundados os Frades Franciscanos da Imaculada”, sublinhou.

A partir desta “herança poliédrica”, o Papa destacou alguns aspectos unificadores. O primeiro é a importância “da vida em comum, como lugar de santificação e fonte de inspiração, testemunho e força no apostolado”. Nela, ‘a energia do Espírito que está em um passa simultaneamente a todos’”.

Não é por acaso que o Espírito Santo inspirou aqueles que os precederam a unirem-se às irmãs e irmãos que a Providência colocou no seu caminho, para que, na comunhão dos bons, o bem se multiplicasse e crescesse. Assim foi no início de suas fundações e ao longo dos séculos, e assim continua sendo também hoje.

Como segundo aspecto, o Papa destacou “o valor fundamental, na consagração religiosa, da obediência como ato de amor. Jesus nos deu um exemplo disso em sua relação com o Pai: ‘Não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou’. A esse respeito, Santo Agostinho enfatiza com veemência a estreita relação na vida cristã entre obediência e amor verdadeiro”.

Hoje, falar de obediência não está muito na moda: é vista como uma renúncia à própria liberdade. Mas não é assim. A obediência, em seu significado mais profundo de escuta ativa e generosa do outro, é um grande ato de amor pelo qual se aceita morrer para si mesmo para que o irmão ou a irmã possa crescer e viver.

“Professada e vivida com fé”, a obediência “traça um caminho luminoso de doação, que pode ajudar muito o mundo em que vivemos a redescobrir o valor do sacrifício, a capacidade de relações duradouras e uma maturidade no estar juntos que vai além do “sentir” do momento para se consolidar na fidelidade. A obediência é uma escola de liberdade no amor”, sublinhou Leão XIV.

O Papa se deteve no terceiro e último aspecto relativo “à atenção aos sinais dos tempos”. “Sem esse olhar aberto e atento às reais necessidades dos irmãos, nenhuma de suas Congregações teria nascido. Seus fundadores e fundadoras foram pessoas capazes de observar, avaliar, amar e depois partir, mesmo correndo o risco de grandes sofrimentos, arriscando suas vidas, para servir os irmãos em suas reais necessidades, reconhecendo na indigência do próximo a voz de Deus”, disse o Pontífice aos religiosos.

Por isso, é importante para vocês trabalharem na memória viva desses inícios corajosos, não no sentido de “fazer arqueologia ou cultivar saudades inúteis, mas sim de repercorrer o caminho das gerações passadas para captar nele a centelha inspiradora, os ideais, os projetos, os valores que as moveram, identificando potencialidades talvez ainda inexploradas, para colocá-las a frutificar no serviço do “aqui e agora”.

Leão XIV concluiu, agradecendo aos religiosos pelo bem que “fazem todos os dias, em tantas partes do mundo, um bem muitas vezes desconhecido aos olhos dos homens, mas não aos de Deus” e os encorajou a “continuarem sua missão com fé e generosidade”.


Fonte: Arquidiocese de Fortaleza

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