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Timor-Leste, um jovem Estado asiático com uma população de cerca de 1,3 milhão de habitantes, majoritariamente católicos, tornou-se o décimo primeiro membro da ASEAN, conforme sancionado oficialmente na cúpula realizada em Kuala Lumpur em 26 de outubro. A adesão do pequeno país à aliança garante a uma das nações mais jovens e pobres do mundo (com um PIB de apenas US$ 2 bilhões) o acesso a uma comunidade econômica de cerca de 680 milhões de pessoas.
Vatican News com Agência Fides
“A população timorense celebrou e continua festejando a entrada de Timor-Leste na ASEAN. Há grande expectativa, há grandes esperanças, especialmente para os jovens que veem a entrada na ASEAN como a abertura de novas e frutíferas oportunidades de emprego e de futuro”, afirma à Agência Fides Pe. Bento Pereira, porta-voz e responsável pela comunicação e mídia da Conferência Episcopal de Timor-Leste e diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias no país asiático, após a adesão oficial de Timor-Leste à Associação de Nações do Sudeste Asiático
“Toda a nação esperava por este momento há mais de vinte anos. Agora ele se tornou realidade. Podemos criar redes e embarcar no trem da ASEAN, que oferece perspectivas para o desenvolvimento de intercâmbios econômicos, que beneficiarão o crescimento de Timor-Leste e desenvolverão seu potencial. Este é considerado um passo muito positivo para a jovem república timorense”, observa.
“Mas os cidadãos timorenses – acrescenta o sacerdote – também estão convencidos de também oferecer algo: não será apenas um receber, mas também um dar. Será uma troca: Timor-Leste junta-se e torna-se parte da associação com a sua identidade, cultura, recursos e, depois, também com a sua fé, parte integrante das nossas vidas.”
Uma das questões levantadas no debate mediático é a da emigração: “Já existe um elevado nível de emigração entre os jovens em Timor; hoje, por um lado, receia-se que este fenômeno possa aumentar, também devido ao desafio crônico do desemprego aqui; por outro, os jovens poderão deslocar-se para países asiáticos para formação ou trabalho, trazendo para cá as suas competências. No entanto, existem boas oportunidades de ensino superior e de formação profissional qualificada”, afirma o Pe. Pereira.
Outro aspeto a considerar é o da fé, observa o Diretor Nacional: “Do ponto de vista da fé, os jovens e os cidadãos timorenses, quando vão para o estrangeiro, levam e preservam a sua fé e a sua cultura. Eles não têm medo de ser testemunhas do Evangelho: mesmo em feriados, sejam eles quais forem, sempre têm um momento espiritual como uma Missa para agradecer a Deus por todos os dons recebidos. A fé é parte integrante da nossa cultura e se torna um testemunho mesmo em lugares ou países onde há poucas pessoas caóticas. Há também comunidades de emigrantes timorenses que se desenvolveram na Europa, Austrália e Coreia do Sul, e alguns sacerdotes são enviados pela Conferência Episcopal para prestar assistência pastoral. “Em um mundo onde os migrantes também são missionários, essa dinâmica também envolve o povo timorense”, conclui.
Entre os comentários das autoridades religiosas, o arcebispo de Díli, cardeal Virgílio do Carmo da Silva, acolhendo com favor a decisão da ASEAN, exortou a população a “continuar a vigilar e investir nas capacidades futuras do país”, pois “este passo não traz necessariamente prosperidade automática à nação”. “Tornar-se membro da ASEAN é um momento de orgulho para todos os timorenses. Mas também significa que teremos de nos comprometer totalmente em todos os setores, especialmente na educação”, lembrou o arcebispo, explicando que “a educação é um setor crucial para o desenvolvimento e é a chave para o sucesso”.
Timor-Leste, um jovem Estado asiático com uma população de cerca de 1,3 milhão de habitantes, majoritariamente católicos, tornou-se o décimo primeiro membro da ASEAN, conforme sancionado oficialmente na cúpula realizada em Kuala Lumpur em 26 de outubro. A adesão do pequeno país à aliança garante a uma das nações mais jovens e pobres do mundo (com um PIB de apenas US$ 2 bilhões) o acesso a uma comunidade econômica de cerca de 680 milhões de pessoas.
Como apontam analistas, a integração plena exigirá a adoção de acordos de livre comércio, que expõem Timor-Leste a uma forte concorrência na região. Timor-Leste foi colônia portuguesa por mais de quatro séculos, antes da independência ser declarada em 1975. A Indonésia invadiu o país nove anos depois, iniciando uma ocupação de 24 anos. Em 1999, um referendo promovido pelas Nações Unidas abriu caminho para a independência, declarada oficialmente em 2002.
Fonte: Vatican News
