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Papa: Pe. Benzi, um intrépido testemunho do Evangelho junto a vulneráveis na Itália – Vatican News

Em mensagem assinada pelo secretário de Estado, o cardeal Pietro Parolin, o Papa Leão XIV recorda o sacerdote italiano há 100 anos do seu nascimento, em 7 de setembro de 1925. Na cidade de Rimini, onde faleceu em 2007, uma celebração eucarística na sexta-feira (05/09) deu início a três dias de debates e encontros para recordar a figura do fundador da Comunidade Papa João XXIII.

Federico Piana – Vatican News

Quem teve a sorte de conhecê-lo nunca esquecerá sua batina surrada. Assim como não poderá arquivar nas gavetas da memória aquele olhar direto e penetrante que tocava a alma, até escavar os pontos mais difíceis, ocultos e inconfessáveis. No domingo, 7 de setembro, foi comemorado o centenário de nascimento de Pe. Oreste Benzi, mas é como se o sacerdote, falecido na cidade italiana de Rimini no inverno de 2007, nunca tivesse partido.

Ele nasceu na pequena cidade de San Clemente, na região italiana da Emília Romanha, em 1925, que ainda vive as suas obras de caridade, os seus gestos para com os mais necessitados, o seu carinho para com aqueles que se sentiam abandonados e marginalizados, no acolhimento daqueles que a sociedade se dava ao trabalho de descartar.

A mensagem do Papa

Leão XIV, em uma mensagem assinada pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, e lida durante a celebração eucarística que na última sexta-feira (05/09), em Rimini, deu início a três dias de debates, encontros e conferências para recordar a sua figura, quis agradecer ao Senhor por ter suscitado na Igreja um sacerdote “intrépido testemunho do Evangelho”, desejando que “a sua memória seja motivo de renovado empenho em favor das pessoas frágeis e necessitadas”.

Em defesa dos mais fracos

Não é por acaso que a missa foi celebrada em uma praia ensolarada da capital da Emilia-Romagna. O Pe. Oreste, nos anos 70, justamente naquela praia, travou uma luta sem igual contra a sociedade conservadora da época, celebrando a Eucaristia para jovens com deficiência que eram rejeitados e recusados por hotéis, balneários e restaurantes, por serem considerados indesejáveis e perturbadores. Um gesto revolucionário e profético ao mesmo tempo.

Cardeal Zuppi: “ele não tinha meias medidas”

“O Pe. Oreste não tinha meias medidas, porque a única medida para ele era o amor. Ele dizia que cada pessoa se sente alguém apenas na medida em que existe para outra pessoa. Eis a sua revolução: ensinou-nos que não existem vidas de segunda categoria, que não podemos relegar ninguém para trás de um vidro de piedade ou compaixão. Esse amor não é benevolência, mas uma força capaz de mudar a história”, recordou, em homilia, o cardeal Matteo Maria Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana.

O cardeal Zuppi durante a missa

O cardeal Zuppi durante a missa

Fundador por amor

O amor incontrolável de Pe. Oreste, já no final de 1960, levou-o a fundar a Comunidade Papa João XXIII, que ao longo dos anos deu origem a dezenas de projetos na Itália e no exterior, como lares e casas de oração, comunidades terapêuticas para toxicodependentes, cooperativas sociais e centros de apoio a pessoas com deficiências graves. Quem teve a oportunidade de conhecê-lo bem conta que o sacerdote de batina surrada, sexto de 9 filhos de uma família pobre, não fundou nada estudando, mas deu uma resposta inevitável de quem sempre viveu ao lado dos mais necessitados, sem barreiras, sem distâncias. Doando-se totalmente.

Profeta e apóstolo

O que representa para a Igreja e para o mundo este homem totalmente imerso no Evangelho? Matteo Fadda, responsável geral da Comunidade Papa João XIII, explica bem isso à mídia do Vaticano. Para isso, ele usa uma definição de Bento XVI: “certa vez, ele disse sobre Pe. Oreste: foi um apóstolo incansável da caridade. É uma excelente síntese”. Ele, acrescenta, nos deixa como herança uma profecia: “aquela ligada ao tema da sociedade da gratuidade, interpretação do tema da sociedade do amor de que Paulo VI falava frequentemente. Hoje, Pe. Oreste nos convida a não virarmos as costas, a não ignorarmos os sofrimentos do mundo ferido pelo ódio, pelas guerras e pela indiferença”.


Fonte: Vatican News

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