Carregando música...
Para ouvir nossa rádio, baixe o aplicativo RadiosNet para celulares e tablets com Android ou iPhone/iPads.

Assista a íntegra da fala de Tarcísio na Paulista com ataque ao STF e a Moraes

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu neste domingo (7), durante ato bolsonarista na avenida Paulista, uma anistia “ampla e irrestrita”, disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria ser autorizado a ser candidato em 2026 e que pode ser condenado sem nenhuma prova.

Diante de um público estimado em 42 mil pessoas, Tarcísio fez um dos discursos mais fortes de uma manifestação emotiva em São Paulo, também marcada pelas lágrimas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e pela fala comovida do pastor Silas Malafaia.

O ato ocorreu dias antes do final previsto para o julgamento da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal), que deve terminar nesta semana com a condenação de Bolsonaro.

Enquanto ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, Tarcísio endossou a postura negacionista do então presidente sobre a Covid. O agora governador estava ao lado de Bolsonaro na live em que o ex-presidente ri ao comentar um suposto aumento de suicídios na pandemia.

No protesto de São Paulo, Tarcísio pressionou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o projeto sobre anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e disse que o STF julga “um crime que não existiu”.

O governador paulista disse que o julgamento não é justo, voltou a falar em “narrativas”, fez críticas a Alexandre de Moraes e mandou indiretas ao STF. Disse ainda que a delação de Mauro Cid ocorreu sob coação e que a colaboração é mentirosa.

“Não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro. Chega”, disse em recado ao Supremo. “Não vamos aceitar que nenhum ditador diga o que temos que fazer.”

Ao ouvir que a multidão gritava “fora, Moraes”, Tarcísio chamou o magistrado de ditador. “Por que é que vocês estão gritando isso? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo neste país”, afirmou.

“Nós não vamos mais aceitar que nenhum ditador diga o que a gente tem que fazer”, disse em outro momento.

Na Presidência, Bolsonaro acumulou uma série de declarações golpistas às claras, provocou crises entre os Poderes, colocou em xeque a realização das eleições de 2022, ameaçou não cumprir decisões do STF e estimulou com mentiras e ilações uma campanha para desacreditar o sistema eleitoral do país.

Após a derrota para Lula, incentivou a criação e a manutenção dos acampamentos golpistas que se alastraram pelo país e deram origem aos ataques do 8 de Janeiro.

Nesse mesmo período, adotou conduta que contribuiu para manter seus apoiadores esperançosos de que permaneceria no poder e, como ele mesmo admitiu publicamente, reuniu-se com militares e assessores próximos para discutir formas de intervir no TSE e anular as eleições.

Saudosista da ditadura militar (1964-1985) e de seus métodos antidemocráticos e de tortura, o ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é réu no STF sob a acusação de ter liderado a trama golpista de 2022. Hoje está inelegível ao menos até 2030.

Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode passar de 40 anos de prisão.


Veja mais em Folha de S. Paulo

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo