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Santa Sé: preocupante ressurgimento de uma retórica nuclear agressiva – Vatican News


Em uma intervenção na ONU, o observador permanente da Santa Sé, o arcebispo Gabriele Caccia, destacou a preocupação da Santa Sé com o aumento significativo dos gastos militares no mundo, com armas cada vez mais destrutivas, muitas vezes em detrimento dos investimentos no desenvolvimento humano integral.

Vatican News

Em vez de avançar em direção à paz, o mundo parece estar se movendo na direção oposta, com um desenvolvimento preocupante de armas cada vez mais destrutivas. Foi o que afirmou nesta quinta-feira (04/09) em Nova York o arcebispo Gabriele Caccia, observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas, durante a plenária de alto nível da Assembleia Geral dedicada ao Dia Internacional contra os Testes Nucleares.

“Oitenta anos atrás”, começou o representante do Vaticano, “a explosão da primeira arma nuclear revelou ao mundo uma força destrutiva sem precedentes. Esse evento mudou o curso da história e lançou uma longa sombra sobre a humanidade, provocando graves consequências tanto para a vida humana quanto para a criação. As consequências devastadoras desse evento dramático levaram à convicção problemática de que a paz e a segurança poderiam ser mantidas através da lógica da dissuasão nuclear, um conceito que continua a desafiar o raciocínio moral e a consciência internacional”.

O prelado lembrou que, desde o primeiro teste nuclear em 16 de julho de 1945, mais de dois mil testes nucleares foram realizados na atmosfera, no subsolo, nos oceanos e na terra firme: “essas ações afetaram todos, especialmente as populações indígenas, as mulheres, as crianças e os nascituros. A saúde e a dignidade de muitos continuam a ser comprometidas em silêncio e, muitas vezes, sem qualquer indenização”.

Por isso, acrescentou, a Santa Sé convida a refletir sobre a urgente responsabilidade compartilhada de garantir que as terríveis experiências do passado não se repitam: “é particularmente preocupante que, diante dessa importante responsabilidade compartilhada, a resposta global pareça ir na direção oposta. Em vez de avançarmos em direção ao desarmamento e a uma cultura de paz, assistimos a um recrudescimento da retórica nuclear agressiva, ao desenvolvimento de armas cada vez mais destrutivas e a um aumento significativo das despesas militares, muitas vezes em detrimento dos investimentos no desenvolvimento humano integral e na promoção do bem comum. É imperativo superar o espírito de medo e resignação. Como afirmou recentemente o Papa Leão XIV: «Não devemos nos habituar à guerra! Pelo contrário, devemos rejeitar como uma tentação o fascínio dos armamentos poderosos e sofisticados» (Audiência Geral de 18 de junho de 2025).

A busca por “um mundo livre das armas nucleares” – continuou dom Caccia – não é apenas uma questão de necessidade estratégica e vital, mas também uma profunda responsabilidade moral. Esse compromisso exige um renovado empenho no diálogo multilateral e na implementação resoluta dos tratados de desarmamento, bem como um apoio concreto às comunidades que continuam sofrendo as consequências de longo prazo dos testes nucleares e dos armamentos”.

“A Santa Sé – concluiu o representante do Vaticano – reitera a importância da entrada em vigor do Tratado sobre a Proibição Total de Testes Nucleares, juntamente com a plena implementação do Sistema Internacional de Monitoramento e seus mecanismos de verificação” e “reitera seu apoio incondicional ao Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares”, pedindo “o fortalecimento contínuo da norma global contra os testes nucleares explosivos como um passo essencial para uma paz autêntica e duradoura”.


Fonte: Vatican News

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