
A vereadora Cris Monteiro (Novo), de São Paulo, apresentou emenda que cedia uma área do município para a ONG de um assessor por 90 anos, com possibilidade de prorrogação.
Ao ver sua iniciativa contestada por vereadores de oposição, ela desistiu da ideia. O terreno, ocupado parcialmente por uma escola infantil municipal, fica na Cidade Ademar, zona sul da capital.
A emenda seria a um projeto de lei aprovado que permitiu a venda de áreas do município para a iniciativa privada, inclusive ruas.
A ONG beneficiada se chama Eu Acho um Absurdo e foi fundada por Edson Teixeira, que trabalha como assessor da liderança do Novo, partido da vereadora, na Câmara, além de ser suplente da própria parlamentar. A entidade oferece atividades esportivas, de cultura e assistência social a comunidades carentes.
Como única representante da legenda na Casa, Monteiro é também a líder da bancada de uma só pessoa.
A ONG é presidida pela esposa de Teixeira, Erika Dias Araújo, conforme anunciado em sua página na internet.
Outro lado
A assessoria de imprensa da vereadora afirmou que “ao tomar ciência de que havia uma discussão em andamento entre a subprefeitura e uma escola municipal sobre a responsabilidade da área, a vereadora optou por retirar a emenda”.
“A emenda teve como objetivo propor a cessão administrativa de um espaço público ocioso —tomado por vegetação, sem utilização, nem mesmo pela CEI vizinha— que vinha servindo de criadouro de insetos e ratos, causando grande desconforto à população do entorno”, disse em nota.
A assessoria acrescentou que “o Instituto Eu Acho um Absurdo desenvolve um amplo trabalho social em São Paulo, já tendo atendido mais de 70 comunidades com apoio voluntário e atualmente oferecendo atividades de assistência social, educação, esporte, cultura e lazer, que impactam diretamente cerca de 400 pessoas por semana.”
A parlamentar afirmou ainda que a sua atuação é guiada pelo compromisso de fomentar iniciativas que tragam impacto positivo para a cidade.
Edson Japão afirmou que o terreno está tomado por um matagal e abandonado há quase 30 anos. “É fundamental que as autoridades assumam a responsabilidade e apresentem uma solução adequada, de modo que a população não precise continuar convivendo com essa situação”, escreveu o fundador da ONG e assessor do Novo.
“A periferia da nossa cidade precisa de mais serviços de assistência social, esporte e lazer que realmente impactem positivamente a vida das pessoas”, prosseguiu.
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