
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério Público de Pernambuco instaurou um procedimento administrativo para acompanhar o caso da menina Alícia Valentina, 11, que morreu após ter sido agredida dentro do banheiro de uma escola por outros alunos, segundo familiares.
De acordo com o boletim de ocorrência, as violência começaram após a menina ter se recusado a “ficar” com um dos colegas.
A Promotoria afirma que tomou conhecimento do caso na última sexta (5), após ser avisado pela Secretaria Municipal de Educação e Procuradoria Belém de São Francisco, cidade do sertão de Pernambuco onde aconteceu o crime.
A Promotoria afirma ainda que foi expedido ofícios à Polícia Civil determinando a instauração de um inquérito para acompanhar o caso, assim como ao Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e à prefeitura.
“O MP-PE reforça que o fato ainda está em fase preliminar das apurações, mas que seguirá acompanhando o caso até a conclusão das investigações”, diz o órgão. “No momento não podendo fornecer mais informações para não atrapalhar as investigações, bem como está sob sigilo por se tratar de criança.”
A morte da jovem foi confirmada no domingo (7), no Hospital da Restauração, no Recife, mas o corpo só chegou à Belém de São Francisco na madrugada desta terça (9). Ela foi enterrada no mesmo dia.
Segundo familiares, Alícia foi espancada dentro do banheiro da escola municipal Tia Zita. Ela chegou a ser atendida em diferentes unidades de saúde apresentando sangramentos pelo nariz e ouvido, mas foi liberada em todas as ocasiões. O quadro se agravou quando ela começou a vomitar sangue.
O caso foi registrado na Polícia Civil como lesão corporal seguida de morte.
A escola municipal onde a agressão ocorreu, também se manifestou. A direção classificou o episódio como um “momento de grande tristeza para toda a comunidade escolar” e disse que Alícia “sempre será lembrada com carinho pela sua alegria, simplicidade e convivência entre colegas, professores e funcionários”.
A instituição afirmou ainda que, “em tempo hábil, prestou todo o socorro necessário à aluna, conduzindo-a ao hospital e garantindo a devida assistência”. E que, desde os primeiros momentos, tem acompanhado a família “de perto em parceria com as Secretarias Municipais de Educação, Saúde e Assistência Social, buscando oferecer suporte humano, emocional e institucional”.
Em nota, a Prefeitura de Belém do São Francisco afirmou que prestou “toda a assistência necessária à família” desde os primeiros momentos e que não houve omissão por parte do poder público.
O comunicado disse ainda que “não houve negligência médica ou alta hospitalar pelos profissionais da saúde que realizaram o atendimento da menor Alícia Valentina no hospital do município Dr. José Alventino Lima” e que a estudante teria sido levada para casa pela mãe “sem autorização da médica plantonista”.
A administração municipal também disse que o caso foi encaminhado às autoridades competentes e manifestou solidariedade à família, amigos, professores e colegas da aluna.
Fonte: Notícias ao Minuto