
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal
Luiz Fux é doutor em direito processual civil pela Uerj. Entrou na magistratura em 1983, como juiz do Tribunal de Justiça do Rio. Foi desembargador e ministro do STJ. Assumiu uma cadeira no STF em 2011
Indicado por Dilma Rousseff, Fux recebeu 68 votos favoráveis e 2 contrários no Senado. Em artigo na Folha, no dia da posse, ele afirmou que o papel do juiz é “proteger os que padecem e reclamar a herança dos deserdados pela pátria”
No julgamento do mensalão, Fux foi um dos ministros que votaram pela condenação dos principais réus, incluindo o ex-ministro José Dirceu
No processo de indicação, ele havia se reunido com Dirceu. Numa conversa, Fux teria dito “mato no peito”, em referência ao que fazia em situações difíceis. A frase foi tornada célebre, mas não significou a absolvição do ex-ministro
Fux também votou diversas vezes a favor da Lava Jato e defendeu a legalidade das prisões em segunda instância, posição em que dava destaque ao combate à corrupção
Fux presidiu o STF de 2020 a 2022. No discurso em que tomou posse no cargo, ele afirmou: “O Supremo não pode ser submisso a pressões externas”
No julgamento dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, votou pela condenação de acusados, mas começou a estabelecer um contraponto ao relator, Alexandre de Moraes
Num dos processos, o ministro votou por uma pena de 1 ano e 6 meses para a cabeleireira Débora dos Santos, que se tornou símbolo do bolsonarismo, enquanto Moraes propôs pena de 14 anos de prisão
No núcleo central de acusados da trama, Fux participou ativamente dos interrogatórios. Fez 39 perguntas aos réus, incluindo Mauro Cid. Indagou sobre a autoria da minuta golpista e a caracterização da tentativa de golpe
Embora tenha votado pelo recebimento da denúncia, Fux divergiu de Moraes em relação à dosimetria das penas e levantou questionamentos sobre a delação de Mauro Cid
“Este não é o momento próprio, mas vejo com muita reserva nove delações de um mesmo colaborador, cada hora apresentando uma novidade”, afirmou, sobre a delação do tenente-coronel
“Julgamos sob violenta emoção após a verificação da tragédia do 8 de janeiro”, disse, em março de 2025. “Mas eu acho que os juízes na sua vida têm sempre de refletir dos erros e dos acertos”
Em julho de 2025, Fux foi o único a votar contra a imposição de tornozeleira eletrônica a Bolsonaro, destacando a necessidade de medidas cautelares proporcionais
Luiz Fux completa 75 anos em 26 de abril de 2028, data-limite para sua aposentadoria compulsória no STF. Ele terá permanecido 17 anos no Supremo Tribunal Federal
Saiba quem são os
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