
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um ano após sua estreia, “Ainda Estou Aqui” segue recebendo prêmios. Desta vez, a obra do diretor Walter Salles foi eleita o melhor filme do ano pela Fipresci, a Federação Internacional de Críticos de Cinema.
É a primeira vez que um filme brasileiro recebe a honraria mais importante da instituição, que teve votos de 739 jornalistas, de 75 países, em votação online. O Grand Prix, ou grande prêmio, foi criado em 1999 e elege o trabalho mais apreciado pelos críticos ao longo do ano.
O prêmio será entregue na sessão de abertura do 73º Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, que acontece no próximo dia 19 de setembro. Salles estará presente na cerimônia para recebimento da honraria.
A Fipresci costuma premiar filmes nos festivais de cinema mais importantes ao redor do mundo. “O Agente Secreto”, longa mais recente do diretor Kleber Mendonça Filho, por exemplo, recebeu o prêmio da federação relativo ao último Festival de Cannes, em maio. Em janeiro, “Ainda Estou Aqui” também foi premiado pela instituição, eleito o melhor filme internacional no Festival de Cinema de Palm Spring.
É a primeira vez, contudo, que uma obra brasileira vence o Grand Prix, a honraria máxima, de melhor filme do ano, levando em conta todos esses festivais. Títulos de Jean-Luc Godard, Pedro Almodóvar, Alfonso Cuarón, Paul Thomas Anderson e Yorgos Lanthimos já faturaram o prêmio.
O próprio Walter Salles também já foi homenageado pela Fipresci, em 2018. Ele foi reconhecido pela associação com o prêmio pelo conjunto da obra, dedicado a cineastas da América Latina.
“Ainda Estou Aqui” foi selecionado para mais de festivais e soma mais de 60 prêmios recebidos tanto no Brasil como no exterior. Entre eles está o Oscar de melhor filme internacional, inédito para uma obra brasileira, e o Globo de Ouro de melhor atriz em filme de drama, entregue a Fernanda Torres.
Há um mês, a Academia Brasileira de Cinema fez de “Ainda Estou Aqui” o maior vencedor do prêmio Grande Otelo, antigo Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, uma das principais premiações do cinema nacional. O filme ganhou os prêmios de melhor longa de ficção, direção, roteiro adaptado, atriz, ator, fotografia e todos os prêmios técnicos.
Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, “Ainda Estou Aqui” acompanha a história de Eunice Paiva, papel de Fernanda Torres, mulher que lutou pelo reconhecimento da morte de seu marido, Rubens Paiva, durante o período da ditadura militar.
Fonte: Notícias ao Minuto